Hoje: Didi Gomes dá voz a um tributo em homenagem a Elis Regina
Elis Regina Carvalho Costa, a Elis Regina, passou como um furacão pela música popular brasileira entre a década de 1960 e o início da década de 1980, quando morreu precocemente, aos 36 anos. Vendeu 4 milhões de discos em 18 anos de carreira, mas sua qualidade vocal, presença de palco e personalidade a imortalizaram.
Nascida em 17 de março de 1945, em Porto Alegre, a cantora surgiu nos festivais de música na década de 1960 e lançou quatro discos, entre 1961 e 1963. O sucesso veio quando deixou o Rio Grande do Sul, em 1964, e logo no ano seguinte venceu o primeiro Festival de Música Popular Brasileira, interpretando “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Elis defendeu duas músicas no I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, em 1965. Embora tenha ganhado o festival com “Arrastão”, dizia que sua favorita era “Por um Amor Maior” (Francis Hime e Rui Guerra), cujo registro está no álbum “Samba eu Canto Assim”, gravado antes do festival e lançado em seguida.
Até o fim dos anos 1960, participou de mais cinco festivais. Em 1967, ganhou o prêmio de melhor intérprete, com “O Cantador”. Em 1968, venceu a primeira Bienal do Samba, com “Lapinha”. Posteriormente, engajada politicamente, deu voz a músicas que se tornaram símbolos da luta contra o regime militar, e batalhou pela profissionalização da indústria fonográfica.
Por causa da energia no palco, Vinicius de Moraes apelidou Elis de ‘Pimentinha’
Outro apelido da cantora era “Baixinha”, justificado por sua altura: 1 metro e 54 centímetros. No palco, a baixa estatura era compensada pelo timbre, e sua interpretação visceral, além de emocionar a plateia, surpreendia até aos colegas profissionais da música. Alguns compositores ficavam receosos de gravar suas próprias canções após Elis as ter interpretado, tão forte era a marca de seu registro. Gilberto Gil, após vê-la cantando “Se Eu Quiser Falar com Deus” em um show, se perguntou: “Como é que eu vou cantar essa música agora?”.
Pois é este mesmo o desafio que a cantora Didi Gomes tira de letra no show “Simplesmente Elis”, que acontece em Campo Grande neste sábado, dia 5 de novembro, às 21h, no Palácio Popular da Cultura, com produção local de Pedro Silva e Jamelão.
Nascida em Santos, ela canta desde os 8 anos de idade e chegou a ser convidada para abrir o desfile de samba da Escola Vai Vai em 2015, por conta do seu timbre de voz extremamente semelhante ao da “Pimentinha”. Em entrevista ao Uol, Didi contou que foi escolhida ao mostrar a um amigo, que tem contato com a escola de samba, um vídeo de sua participação no Programa Raul Gil. Trechos da canção de Didi lembram Elis cantando, embora ela discorde.
“Não acho nem parecido, mas as pessoas falam, não é uma imitação, é um dom mesmo, nem sei de onde vem”, diz. “Fico feliz de ser comparada à mãe, à filha”, conta Didi, que afirma ser fã da família toda de Elis, inclusive de Pedro Mariano, cujos shows ela frequenta, “e ele nem sabe”, brincou.
Em Campo Grande, Didi será acompanhada pelo maestro Willian Alves e banda, que assina a direção musical.
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