Outros | Jeozadaque | 01/04/2010 13h15

Índios de MS recebem primeira tradução da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas

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Os indígenas da etnia Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul receberão a primeira tradução da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, um dos resultados do projeto Ava Marandu apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas). A obra já está pronta e também está disponível na internet. A tradução foi realizada por quatro jovens professores kaiowá da aldeia Te ýikue (MS): Eliel Benites, Edson Alencar, Cajetano Vera e Lídio Cavanha Ramires, que comenta que o trabalho não foi tão difícil como se imaginava. “Foi nossa primeira tradução desse tipo. Porém como somos professores, todos os dias traduzimos alguma coisa para os alunos kaiowá, isso ajuda muito”. Quase todos na aldeia Te ýikue também falam português. Porém, para o jovem professor Eliel Benites, tudo que é falado em guarani pode ganhar um maior alcance na aldeia. Por isso ele trata essa tradução como um desafio. “Tivemos algumas dificuldades, algumas palavras em português não existem no vocabulário guarani, por exemplo, como traduzir o termo “Estado”? O que representa essa palavra? Mas nos esforçamos, porque sabemos que esse é um documento importante, que aproxima pessoas”, relata. “Esse é um instrumento vivo, algo que todos podem utilizar para fazer valer os direitos dos povos indígenas. Há muitos anos a ONU está comprometida na luta pelo multilinguismo. Nada melhor do que poder ler a Declaração em sua própria língua”, comenta o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (United Nations Information Centres, Unic-Rio), Giancarlo Summa. A Declaração das Nações Unidas é um documento abrangente que não estabelece novos direitos, mas reconhece e afirma direitos fundamentais universais no contexto das culturas, realidades e necessidades indígenas. O documento constitui um instrumento internacional importante de direitos humanos porque contribui para a conscientização sobre a opressão histórica impetrada contra os povos indígenas, além de promover a tolerância, a compreensão e as boas relações entre os povos indígenas e os demais segmentos da sociedade. Também registra o compromisso dos Estados para tomarem medidas a fim de ajudar e garantir que os povos indígenas tenham respeitados os seus anseios e decisões sobre os assuntos que lhes dizem respeito Da Redação

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