Manchete | Jeozadaque | 26/11/2009 17h42

Terminais de ônibus da Capital abrigam "Espaço da Arte" que permanecem escondidos e sem apoio

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Por dia mais de mil pessoas circulam pelos terminais de ônibus da Capital, apesar de poucas pessoas perceberem, nos terminais Bandeirantes e General Ozório existem
dois “Espaços da Arte”, um local voltado para a divulgação do artesanato campo-grandense.
O lugar é pequeno e com pouca visibilidade, mas é dali que muitas artesãs da Capital divulgam o seu trabalho e ajudam na renda familiar de casa.
O espaço foi doado para as artesãs dos bairros próximos aos terminais pela prefeitura municipal de Campo Grande, como parte do “Programa Alternativo de Geração de
Renda”.
Ali, as artesãs comercializam diversos tipos de artesanato como bonecas de pano, bordados, trabalhos em crochê, tricô, cerâmica, entre outros.
Há 12 anos, Marlene Mainardi de 56 anos, expõe seus trabalhos no “Espaço da Arte” do terminal Bandeirantes, a artesã diz que a pouca visibilidade e a falta de
divulgação, dificultam as vendas, “Aqui é bem escondido, tem pessoas que nem sabem desse espaço cultural. Nós nem podemos deixar os trabalhos expostos do lado de
fora porque os fiscais pedem para retirar, e assim fica difícil”, diz Marlene.
O local que abriga os trabalhos artesanais, está localizado ao lado oposto da lanchonete e por causa da armação metálica que protege os vidros fica difícil chamar a
atenção da população.
Outro empecilho que dificultam as vendas é a correria do dia-a-dia, “Quando as pessoas percebem que aqui é um espaço cultural, elas entram mas nem dá tempo de
levar nada por causa dos ônibus, elas saem correndo para não atrasar”, conta Marlene.
Enquanto nossa equipe esteve no local para fazer a matéria, duas pessoas que sempre utilizam o terminal entraram pela primeira vez na lojinha e ficaram encantadas ao
saber que o local existia a mais de dez anos e nunca foi notado, “Eu sempre passo por aqui e não sabia que tinha uma lojinha de artesanato no terminal”, diz a
vendedora Geni Guilherme.
Já a artesã Márcia Regina Barbosa, de 31 anos, havia notado o espaço, mas nunca tinha visitado por causa da correria, “Assim acontece sempre”, diz Marlene,
explicando que todos dias pessoas que freqüentam o terminam descobrem pela primeira vez o “Espaço da Arte”.
Apesar dos infortúnios, a artesã explica que é possível ganhar uma renda mínima com as vendas das clientes fixas que o local possui, “Temos até cardeneta de fiado”,
diz Marlene, que também explica receber encomendas de lembrancinhas para casamentos e aniversários, “As pessoas vêem os trabalhos e algumas até encomendam
lembrancinhas para festas”, diz a artesã.
Abandono
A falta da divulgação é um dos fatores que incomodam as artesãs, mas, o abandono dos órgãos competentes também dificulta o trabalho, “Nunca, ninguém da
Fundação Municipal de Cultura ou do Estado vieram nos visitar”, conta Marlene.
Nem mesmo representantes da prefeitura ou do SAS, órgão responsável pelo local, sabem da existência do Espaço da Arte, “Temos um vidro quebrado há seis meses, já
pedimos para ser reparado mas até hoje ninguém se manifestou, com a pintura é a mesma coisa”, desabafa a artesã.
Nossa equipe entrou em contato com a comunicação da prefeitura municipal de Campo Grande para falar sobre o assunto e o pessoal disse desconhecer a existência do
espaço, já que não utilizam o transporte coletivo, o mesmo aconteceu no SAS.
Apesar de descaso, as artesãs seguem fiéis em sua lida diária e dizem que é melhor terem um local para trabalhar, mesmo nas condições em que se encontra, do que
ficar sem renda e passarem necessidades em casa.
Outro fator que faz com que as artesãs continuem com o trabalho é justificado por Marlene, “Estamos aqui até hoje porque gostamos de trabalhar com o artesanato, eu
não me vejo fazendo outra coisa”, finaliza a artesã.
Texto e Foto: Luciana Navarro
terminalPor dia mais de mil pessoas circulam pelos terminais de ônibus da Capital, apesar de poucas pessoas perceberem, nos terminais Bandeirantes e General Osório existem dois “Espaços da Arte”, um local voltado para a divulgação do artesanato campo-grandense. O lugar é pequeno e com pouca visibilidade, mas é ali que muitas artesãs da Capital divulgam o seu trabalho e ganham uma renda familiar para ajudar em casa. O espaço foi doado para as artesãs dos bairros próximos aos terminais pela prefeitura municipal de Campo Grande, como parte do “Programa Alternativo de Geração de Renda”. Ali, as artesãs comercializam diversos tipos de artesanato como bonecas de pano, bordados, trabalhos em crochê, tricô, cerâmica, entre outros. Há 12 anos, Marlene Mainardi de 56 anos, expõe seus trabalhos no “Espaço da Arte” do terminal Bandeirantes, a artesã diz que a pouca visibilidade e a falta de divulgação, dificultam as vendas, “Aqui é bem escondido, tem pessoas que nem sabem desse espaço cultural. Nós nem podemos deixar os trabalhos expostos do lado de fora porque os fiscais pedem para retirar, e assim fica difícil”, diz Marlene. O local que abriga os trabalhos artesanais, está localizado ao lado oposto da lanchonete e por causa da armação metálica que protege os vidros fica difícil chamar a atenção da população. Outro empecilho que dificultam as vendas é a correria do dia-a-dia, “Quando as pessoas percebem que aqui é um espaço cultural, elas entram mas nem dá tempo de levar nada por causa dos ônibus, elas saem correndo para não atrasar”, conta Marlene. Enquanto nossa equipe esteve no local para fazer a matéria, duas pessoas que sempre utilizam o terminal entraram pela primeira vez na lojinha e ficaram encantadas ao saber que o local existia a mais de dez anos e nunca foi notado, “Eu sempre passo por aqui e não sabia que tinha uma lojinha de artesanato no terminal”, diz a vendedora Geni Guilherme. Já a artesã Márcia Regina Barbosa, de 31 anos, havia notado o espaço, mas nunca tinha visitado por causa da correria, “Assim acontece sempre”, diz Marlene, explicando que todos dias pessoas que freqüentam o terminam descobrem pela primeira vez o “Espaço da Arte”. Apesar dos infortúnios, a artesã explica que é possível ganhar uma renda mínima com as vendas das clientes fixas que o local possui, “Temos até cardeneta de fiado”, diz Marlene, que também explica receber encomendas de lembrancinhas para casamentos e aniversários, “As pessoas vêem os trabalhos e algumas até encomendam lembrancinhas para festas”, diz a artesã. Abandono A falta da divulgação é um dos fatores que incomodam as artesãs, mas, o abandono dos órgãos competentes também dificulta o trabalho, “Nunca, ninguém da Fundação Municipal de Cultura ou do Estado vieram nos visitar”, conta Marlene. Nem mesmo representantes da prefeitura ou do SAS, órgão responsável pelo local, sabem da existência do Espaço da Arte, “Temos um vidro quebrado há seis meses, já pedimos para ser reparado mas até hoje ninguém se manifestou, com a pintura é a mesma coisa”, desabafa a artesã. Nossa equipe entrou em contato com a comunicação da prefeitura municipal de Campo Grande para falar sobre o assunto e o pessoal disse desconhecer a existência do espaço, já que não utilizam o transporte coletivo, o mesmo aconteceu no SAS. Apesar de descaso, as artesãs seguem fiéis em sua lida diária e dizem que é melhor terem um local para trabalhar, mesmo nas condições em que se encontra, do que ficar sem renda e passarem necessidades em casa. Outro fator que faz com que as artesãs continuem com o trabalho é justificado por Marlene, “Estamos aqui até hoje porque gostamos de trabalhar com o artesanato, eu não me vejo fazendo outra coisa”, finaliza a artesã. Texto e Foto: Luciana Navarro

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