Artes | Midiamax | 30/08/2016 15h13

Mural de araras é revitalizado em Dourados, mas obras não serão refeitas na Capital

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Um edifício no coração do centro da cidade de Dourados ganhou novas cores, pelas mãos do artista Cleir Ávila, na última semana. Duas araras vermelhas foram revitalizadas com o uso de andaime, por Cleir e sua equipe.

O painel foi feito originalmente em 2000, e Cleir conta que o convite veio através do síndico do Edifício Adelina Rogoti, onde está a obra de arte. "Este painel virou ponto de referência em Dourados. Todo mundo quando vai passar um endereço diz: 'perto do prédio das araras'", relata Cleir, que acabou de voltar de lá satisfeito com o resultado.

O mural agora está em cores totalmente vivas, 16 anos após sua criação. Em Campo Grande, onde Cleir também pintou vários prédios com murais muito parecidos, a situação é bem diferente. Por aqui existe um mural parecido, também com duas araras vermelhas, localizado na Rua 26 de Agosto, permanece sem as cores vivas nas penas e no olhar dos pássaros.

Segundo o artista, não há nenhuma previsão de revitalizar esse nem os outros murais, como os tuiuiús da avenida Afonso Pena, nem o mural das araras azuis também na região central. "Não tenho planos de revitalizar nenhum painel em Campo Grande", sentencia o artista. Isso se deve ao fato de que não há como fazer isso sem apoio e dinheiro, primeiro para comprar os materiais necessários, a mão de obra, e os andaimes que são necessários, já que as obras são gigantescas.

Falta de apoio
Na Capital, todos estão apagados pela passagem do tempo e pela ação da chuva, do sol e das intempéries. A arara vermelha, por exemplo, foi pintada em 1995. A falta de apoio desanimou o artista. Outro episódio foi marcante: o desaparecimento da "onça pintada" em 2015, um painel gigantesco que durante muitos anos embelezou a avenida Afonso Pena, no Edifício Iná. Cleir chegou a fazer uma "vaquinha online" para arrecadar uma verba e poder revitalizar o mural, mas as contribuições não alcançaram o esperado.

Na época, o edifício tinha apoiado a revitalização, mas havia uma manutenção que precisava ser feita antes de revitalizar as cores do mural. Ninguém ajudou. O poder público não colaborou e hoje, uma enorme parede branca ocupa o lugar que foi do felino imortalizado nos pincéis de Cleir.

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