Artes | Da Redação/Com Diário Corumbaense | 05/08/2015 16h31

Artistas se unem para retratar cultura de Corumbá nos tapumes

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A Praça da Independência e a Praça da República, que estão sendo reformadas com recursos do PAC das Cidades Históricas, numa parceria do Governo Federal e a Prefeitura, estão reunindo cerca de 20 artistas, das mais diversas idades e linhas de trabalho. Eles utilizam os tapumes que cercam as obras, para expressar o patrimônio material e imaterial de Corumbá.

“Quando fechamos a praça para reforma, os artistas locais observaram os painéis brancos e buscaram a Fundação de Cultura para expressar a vontade de realizarem uma intervenção cultural no local. Como somos favoráveis à arte urbana, fizemos uma reunião com os órgãos envolvidos da Prefeitura e através da Gerência da Juventude  chegamos até um grupo de artistas que se interessou em disponibilizar a mão de obra artística para a confecção desses painéis. O resultado foi extremamente positivo”, explicou Maria Clara Scardini, diretora-presidente da Fundação do Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico.

Todo o quarteirão da Praça da Independência, que está coberto com tapumes receberá nesta semana a pintura de comidas típicas, danças, os tradicionais cururu e siriri, animais do pantanal e é claro, as festas tradicionais como São João e Carnaval não faltarão. De acordo com o projeto, uma das áreas será reservada para a arte educativa. Crianças de escolas farão parte da criação. Elas receberão aulas de pintura e de cultura local, e após isso terão a oportunidade de registrar seus olhares sobre Corumbá.

“Essa proposta de intervenção artística tem sido muito bem recebida pela população. Haverá uma fachada do quarteirão em que a ideia é trabalhar com as escolas, onde as crianças possam vir e fazer parte dessa obra. Queremos envolver as crianças na importância dessa preservação e fazer com que elas se sintam pertencentes a esse meio”, ressaltou Maria Clara.

As pinturas na Praça da Independência tiveram início na segunda-feira (03) e não há prazo específico para término dos trabalhos. A obra terá andamento conforme a criatividade dos artistas. A proposta é que após o término da Praça da Independência, a Praça da República também receba o trabalho artístico.

Mãos à obra - Os artistas da terra estão doando suas habilidades com as tintas para ilustrar o cenário pantaneiro nos tapumes. Fazem parte dessa intervenção o grupo Cultura de Rua, grupo Eterna Arte Crew, além dos artistas plásticos Marlene Mourão, mais conhecida como Peninha, Jamil Canavarros, Rubén Darío e Elino.

A charge da conhecida Maria Dadô coloca o público a refletir sobre “O que é arte pRástica” (com r mesmo). A conhecida chargista corumbaense, emprestou uma de suas criações para compor a interferência.

“Essa charge que fala sobre o que é arte plástica foi criada em 2007. Fiz essa escolha com muito cuidado, pois queremos passar essa mensagem ao povo, que a arte é a alma do local, ela foi feita para admirar, é algo bonito, que nos representa. Essas tiras do personagem são veiculadas desde 2007 pelo Diário Corumbaense e eu quis trazê-las para o povo, para a arte da rua. A última vez que pintei assim, num muro, na rua, foi na década de 1980. Acho interessante expor a arte para todos, torná-la pública e ainda ajudar a dar um aspecto melhor ao que antes era apenas um local branco, sem vida”, disse Peninha.

A interferência trouxe um encontro de gerações para o local. A arte de rua, através do grafite e da pintura de muros, está ganhando espaço cada vez maior na cidade. Antes, o grafiteiro era confundido com o pichador e isso gerava diversos atritos, porém, hoje é notório que a arte de rua serve para abrir horizontes e dar cor aos locais que eram vagos de vida.


E quem passa pelo local admira, aplaude a arte e também pede consciência, para que a exposição seja mantida de forma intacta, sem depredação. “Vim pegar ônibus aqui em frente a escola e vi que estavam pintando. Achei muito interessante. Sou apaixonada pela arte, pela expressão. É notório que eles querem nos lembrar das riquezas da cidade, como o pescador, que faz resgate do turismo forte que temos, das festas, da religiosidade. Agora, temos que deixar claro, que estes dias de esforço dos artistas devem ser valorizados, devem ser mantidos assim, bonitos, sem depredação. A pintura faz com que nossa ansiedade de receber as obras prontas, diminua”, brincou Neide Gonçalves de Paula, de 55 anos.

As obras de revitalização nas praças devem durar de 10 a 11 meses, segundo a Prefeitura corumbaense.

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