Márcio de Camillo
Apresentador e músico fala sobre o projeto “Crianceiras – Poesias de Mario Quintana”, que é finalista do Prêmio da Música Brasileira.
Pela segunda vez, o projeto “Crianceiras” é finalista do Prêmio da Música Brasileira. Nesta quarta (22), o projeto comandado e idealizado por Márcio De Camillo concorre na categoria de melhor álbum infantil.
Desta vez é o CD “Crianceiras – Poesias de Mario Quintana”‘. O disco disputa o prêmio com “Estórias de Cantar”, da Banda Estralo, do produtor Marcos Lucatelli, e “Para Ficar Com Você”, do Palavra Cantada, dos produtores Paulo Tatit e Sandra Peres.
A cerimônia acontece no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na 27º edição do prêmio que existe desde 1988.
Confira abaixo entrevista com Márcio De Camillo para o PORTAL DA EDUCATIVA sobre a disputa no Prêmio da Música Brasileira e o momento atual do projeto “Crianceiras”, que segue com o espetáculo em todo o Brasil.
PORTAL DA EDUCATIVA – Esta é a segunda vez que o “Crianceiras” está no Prêmio da Música Brasileira. O que representa concorrer a este prêmio novamente?
MÁRCIO DE CAMILLO – O Projeto Crianceiras tem uma personalidade, um estilo. Se consolidou como uma opção de arte educação. Escolas de todo o Brasil usam os CDs Crianceiras Manoel De Barros e agora o Crianceiras Mario Quintana em sala de aula. O Crianceiras Manoel De Barros está virando aplicativo, patrocinado pelo Governo do Estado de São Paulo. O espetáculo, que estreou em 2012, já foi visto por aproximadamente 180 mil espectadores. Ser indicado para o Prêmio da Música Brasileira é muito especial. Estou concorrendo com nomes fortes. Percebo que chegou, na minha carreira, o momento da síntese. Olho para trás e já vejo um longo caminho percorrido. Isso é bom.
Desta vez o Crianceiras concorre com o segundo disco, que é baseado nas poesias do gaúcho Mario Quintana. Fale um pouco sobre as diferenças em relação ao primeiro e o processo de produção do novo disco?
Sempre soube que o segundo passo, de qualquer projeto, é mais difícil que o primeiro. Hoje, depois de ter passado meses do lançamento do segundo volume da série Crianceiras, percebo que o CD Crianceiras Mario Quintana tem personalidade. A dificuldade foi manter a qualidade. Levei três anos para criar e produzir este segundo disco. Um CD está puxando o outro. A diferença é que se trata de outro poeta, tão importante quanto Manoel de Barros e, agora, privilegiando outra região do país.
Como foi para você musicar as poesias de Mario Quintana, que tem uma escrita e um universo bem diferente do Manoel de Barros. Onde você foi buscar inspiração, quanto tempo levou e como foi o processo de feitura?
A diferença sempre é a métrica e o assunto abordado por cada poeta. Manoel de Barros fala muito das suas raízes, já Mario Quintana do cotidiano. Achar a infância nas palavras de Mario Quintana foi mais difícil e foi justamente isso que me instigou. Mario Quintana foi o primeiro poeta da minha adolescência. Foi Quintana que me inspirou a ser também um letrista, me ajudou a sair das armadilhas na hora de uma composição. Sou grato a ele pelo artista que me tornei ou ainda me tornarei.
Este segundo trabalho também deve se tornar um espetáculo, quais os planos?
Já começamos a montar. Como o Espetáculo Crianceiras Manoel De Barros está muito forte por causa do centenário do poeta, estou ensaiando nas brechas. Virá outra coisa completamente diferente.
Em que momento está o espetáculo Crianceiras agora?
Temos uma agenda cheia hoje. O projeto está, como disse, sendo usado em várias regiões do Brasil. O curioso é que o Crianceiras criou a própria asa, como dizia Manoel de Barros, “poesia é voar fora da asa”. Acho que quando se planeja algo, limitamos o voo. Temos que ter o rumo certo e deixar o encantamento acontecer, “até que as paineiras tenham por sobre os muros florido”, já escreveu Mario Quintana.
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