Poesia | Jeozadaque | 19/05/2010 11h11

Acadêmico de Dourados vence Concurso de Poesia Ava Marandu

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“A saga pela terra sem males” é o nome da poesia campeã do Concurso Ava Marandu de 2010, promovido pelo Pontão de Cultura Guaicuru de Mato Grosso do Sul. Redigido pelo estudante Leosmar Antônio do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul de Dourados, o trabalho representou o valor histórico e cultural da tradição indígena e a desvalorização sofrida por seus representantes atualmente. O estudante descobriu o concurso, que é aberto a todos do Mercosul, pela internet e se interessou pelo tema “Cultura e Direitos Humanos dos Povos Guarani”. Para realizar o trabalho, o acadêmico, de origem terena, fez uma retrospectiva sobre a vida da comunidade indígena. O trabalho teve a coordenação da Professora da UEMS, Beatriz Landa e o prêmio, três computadores, deve ser entregue no final do mês. O Projeto Ava Marandu – Os Guarani Convidam envolveu a cooperação de governos, sociedade civil organizada e as Nações Unidas em uma causa com grande repercussão no mundo de hoje: os direitos humanos e a sustentabilidade em bases culturalmente diferenciadas dos povos indígenas. Realizado entre 1° de janeiro e 30 de junho de 2010, o projeto reúne atividades voltadas para as questões dos direitos humanos dos Povos Guarani. O foco da iniciativa é sensibilizar a população em geral para as gravíssimas violações dos direitos humanos que afligem, com grande repercussão, os Guarani, Kaiowa e Ñandeva de Mato Grosso do Sul, uma população superior a 40.000 pessoas. O Pontão de Cultura visa promover a reflexão sobre o confinamento social e cultural que aflige especialmente essas etnias e incidir, por meio da valorização cultural, a autoestima dos jovens. Insere-se no esforço de fortalecer a identidade étnica e o protagonismo dos Kaiowa e Ñandeva, informa os não índios sobre a cultura indígena, suas tradições e conhecimentos, e dá a oportunidade de intercâmbio e troca de experiências entre os Guarani e a população não indígena. Confira a poesia na íntegra: A SAGA PELA TERRA SEM MALES Bravos Guerreiros do Grande Povo Guarani! Da Mãe Natureza és essência Do simples frescor da Mata ao Yvy Poty Da Alma do Universo à toda Existência O Fogo da Morte a Terra Sem Males corrói O brilho do Sol aos poucos se esconde Diante do Espírito da Mata tudo se destrói A Criação de Tupã o Fogo consome Grande Povo, que clama, que chora As Injustiças sofridas e seus Direitos violados O Mbaraka, o Takuapu ecoam toda aurora Seus gritos aflitos pelos Tekoha roubados Vasto mundo, de contrastes que não findam De Terras imensas sem Gente e de Gente sem Terra De fartura exuberante e de Gente faminta De tamanha riqueza e de tamanha pobreza Bravos Guerreiros da imensa Terra Mãe Do Teko simples, de cultura brilhante Que aspiram as Profecias de Xamã Da Terra Sem Males de Paz reinante O sopro do vento cessa o Fogo ardente O perfume das flores às luzes do Sol se aglutina Das cinzas nascem vidas, brotam sementes É o Avá, é o Guarani, radiante, tão esplêndido que germina! Da Redação

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