Manchete | Jeozadaque | 09/02/2011 11h04

“Ponto de Cultura Todas as Idades” recebe prêmio nacional

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“Oficina de tecelagem indígena“, do Ponto de Cultura Todas as idades, de Dourados, foi o projeto de Mato Grosso do Sul contemplando com o ANU, prêmio nacional criado pela Central Única das Favelas (CUFA). O projeto premiado, entre outros que concorreram no Estado, é gerido pelo Instituto para o Desenvolvimento da Arte e da Cultura (IDAC) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com patrocínio do Ministério da Cultura (MINC). O evento premiou um projeto sóciocultural de cada estado, considerados responsáveis por impactar positivamente as comunidades ao redor do Brasil. A presidente do IDAC, a douradense June Torres, recebeu o prêmio entregue pelo ator Edson Celulari e dedicou à Rosalia Marques, instrutora do curso de tecelagem indígena que morreu no ano passado. O Anu é um prêmio nacional criado pela Central Única das Favelas (CUFA) que tem o intuito de identificar e reconhecer publicamente iniciativas de instituições, fundações, ONGs, empresas, indivíduos, governos, universidades, associações de moradores e afins, que sejam voltadas para a busca do equilíbrio social e cultural brasileiro. OFICINA DE TECELAGEM A oficina de Tecelagem Indígena, oferecida na aldeia Jaguapiru em Dourados, começou em maio de 2009 através do Ponto de Cultura Todas as Idades, ministrada pela índia guarani Rosália Marques (in memorian) que no passado integrou grupo de tecelãs tradicionais de sua comunidade. Emmanuel Marinho conta que até a década de 70 havia um centro de tecelagem indígena em Dourados, com uma produção fantástica, e os produtos que resultavam deste trabalho eram, em sua maioria, exportados para vários países. Na década seguinte o trabalho estava parado e surgiu a idéia da oficina para resgatar a forma de expressão tradicional das comunidades indígenas, valorizando o potencial artístico das tecelãs e oferecendo autonomia econômica. O projeto teve uma produção significativa de mantas e cachecóis que foi exposta e comercializada. Em junho de 2010, com a morte de Rosália Marques, as atividades do Ponto de Tecelagem foram interrompidas para ressurgir depois com o projeto do IDAC “que vem ajudando mulheres indígenas a continuar tecendo sonhos”, diz Emmanuel Marinho. O Ponto mantém oficinas permanentes nas áreas do teatro, dança, literatura, música e várias outras ações. Produziu o CD do grupo de rap indigena Brô Mc´s, dirigido pelo músico Higor Lobo, Instrutor do ponto de Hip Hop, que vem fazendo sucesso em todo país, inclusive tendo se apresentando na posse da Presidenta Dilma Roussef. O projeto implantou, ainda, quatro pontos de leitura e em todas as atividades atende adolescentes da rede pública de ensino, educadores, comunidade interessada, jovens em conflito com a lei ou em vulnerabilidade social, idosos de baixa renda e comunidades indígenas. O Ponto já recebeu vários prêmios do Ministério da Cultura: Prêmio Aretê 2009, Agente Escola Viva e Prêmio Arete 2010. O Anu-Preto é um pássaro presente em todo o Brasil, cujo nome foi injustamente usado para hostilizar os escravos, durante o período colonial. Por isto mesmo a CUFA decidiu quebrar paradigmas e escolheu o Anu como seu maior símbolo, a fim de fortalecer a cultura negra. *Foto: ANU Da redação/Com O Progresso

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