Entrevista | Por Juliane Garcez | 02/10/2013 11h26

Arte como meio de vida

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Nathalia Andrade

Nathalia Andrade é do interior de São Paulo, mas hoje vive em Campo Grande e é na cidade morena que quer construir sua carreira artística. A jovem de 18 anos é atriz e artista de circo e neste mês está no Ensaio Geral pra contar um pouco sobre a arte em sua vida.

ENSAIO GERAL: Há quanto tempo você atua?
Nathalia: Faz cerca de 2 anos que me envolvo com arte, mas estou realmente me aprofundando nesse meio, conhecendo grandes influências, conhecendo técnicas, enfim descobrindo o grande universo da arte agora, neste ano.


ENSAIO GERAL: Com quantos anos você começou a desenvolver sua aptidão artística? Como descobriu esses talentos?
Nathalia: Desde pequena eu já dizia (me alongando toda!): "Mãe, olha o que eu sei fazer! quando crescer, eu vou ser contorcionista!" Mas o tempo passou e eu cheguei a esquecer essa ideia, pensei em outras profissões, outros caminhos, mas essa paixão já estava dentro de mim. Aos 15 anos, comecei a fazer um teatrinho aqui e ali, mas nada muito profissional, aos 16 anos conheci a coisa mais incrível da minha vida: O TECIDO ACROBÁTICO! Me apaixonei, fui até o Centro Cultural para procurar aulas de teatro e acabei em um workshop para circo, peguei informações e me inscrevi na hora! Foi aí que abracei essa vida com braços e pernas! 

ENSAIO GERAL: Fala um pouco sobre sua carreira, quais peças já participou, sua arte circense...
Nathalia: Bom, sobre minha carreira, nem posso dizer que tenho uma carreira, sou apenas uma nova semente no solo artístico, participei durante cerca de um ano na Cia. teatral MARTE, uma companhia que faz apresentações independentes com o propósito de levar amor e alegria para as pessoas, participei de algumas ações sociais na 'Cidade de Deus"(lixão) fazendo parceria com o Projeto 'TransforMAR", um grupo filantrópico recente e também independente; participei, como aluna, do Circo Escola Pantanal durante um ano, tive que parar por motivos profissionais, mas minha paixão pelo circo ainda é forte!

ENSAIO GERAL: Você considera a atuação e a arte circense como profissão ou hobby? O que você faz em paralelo à essas atividades? Trabalha, estuda?
Nathalia: Com absoluta certeza, a arte é sim uma profissão, e por sinal, uma das mais lindas! Em paralelo, trabalho como auxiliar administrativa, mas é somente uma fase, um período de descoberta e de aprendizado para mim.

ENSAIO GERAL: Como você vê a arte na sua vida?
Nathalia: A arte na minha vida é um meio de descoberta, um meio de liberdade, a arte é onde eu posso ser quem eu quiser, me livrar do que eu não quiser, a arte é o que estimula o meu pensar, é o que me faz sorrir, a arte me ensinou a amar, a ver o mundo com outras cores e outro olhos, ver beleza onde aparentemente não tem, a arte é o que todos amam, mesmo sem saber, arte é uma maneira linda, muito linda de viver! 

ENSAIO GERAL: Quais trabalhos você anda desenvolvendo atualmente?
Nathalia: Atualmente faço parte do 'Proscenuim grupo de artes cênicas', grupo do ator e diretor Mário Filho, estamos nos preparando para a peça 'Álbum de família' de Nelson Rodrigues, do qual eu faço o papel de Glória, a filha da família. Essa peça conta com um elenco incrível e promete trazer um turbilhão de emoções ao público.

ENSAIO GERAL: Quais são suas influências?
Nathalia: Comecei o circo me inspirando na Gabriela Veiga, atriz e ex-acrobata do Teatro Mágico, banda que, por sinal, muito me inspira! Também me inspiro imensamente nos meus professores de circo, o Ulisses Nogueira e sua esposa Ana Claudia Dias. Também tem um grande ator, músico e amigo chamado Leonardo De Castro, que é um grande referencial pra mim, e não posso deixar de falar de todos do grupo Proscenium e Marte, que me ensinaram tudo o que sei e me inspiram cada vez mais nesse terreno artístico.

ENSAIO GERAL: Você acha que o circo e o teatro são devidamente valorizados pelo público sul mato-grossense?
Nathalia: Penso que a grande maioria do público, não se interessa profundamente em teatro e circo, uma prova disso é que todas as vezes que digo que faço circo para alguém que não é dessa área, seja como ator ou como público, recebo respostas do tipo "Mas você pretende fugir com o circo?", ou "Mas você não quer ter uma profissão? Uma profissão que te dê dinheiro?". Sinto vontade de responder: "Oras bolas! Arte é profissão, posso sim ganhar muito dinheiro com isso, mas o que mais importa é que independente do dinheiro, eu sou feliz e realizada com o que faço, agora me diga você, ganha muito dinheiro, mas é feliz???” Então, acho que não é tão valorizada como deveria, não que seja totalmente desvalorizada, que fique claro, não é isso que eu penso, eu só penso que a cultura poderia ser mais divulgada e investida assim como "BBBs" da vida...

ENSAIO GERAL: Como você define seu trabalho?
Nathalia: Na arte, você não faz nada sozinho, então não digo que é meu trabalho, mas sim o trabalho de um grupo todo. E se for pra definir, defino como encantador, revelador, mágico e absurdamente bom!

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