Entrevista | Da Redação/Com Daniel Campos | 26/03/2013 16h31

A arte anárquica do grupo Colisão, que alia movimento artístico, educação e política

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O Grupo Colisão se apresentando na rua Barão do Rio Branco O Grupo Colisão se apresentando na rua Barão do Rio Branco (Foto: Arquivo Pessoal)

Grupo Colisão

Tarde nublada, Morenão, e um grupo de estudantes das Artes Visuais. Jovens fomentadores culturais que, através do Grupo Colisão, criam debates de temas recorrentes da nossa cultura, sociedade e meio onde vivemos. Cícero Rodrigues, Ricardo Grassi “Zóio”, e Marina Pacheco, são os  representantes do grupo, e concederam uma entrevista ao Ensaio Geral, onde falam da importância da arte e educação.


Ensaio Geral: Primeiramente, o que é o Grupo Colisão e quando surgiu?

Grupo Colisão: É um coletivo “anárquico”. Um coletivo artístico. A nossa proposta é produzir arte onde o corpo seja o ponto de partida dessa produção híbrida e, de apresentação pública ou institucional. O Grupo Colisão surgiu  da matéria Poéticas Contemporâneas destinada ao Curso de Artes Visuais licenciatura da UFMS.


E.G.: Quem faz parte?

G.C.: Muita gente. O grupo é aberto a quem estiver interessado em participar. Mas, basicamente, por alunos da universidade federal. Varia com a performance. É um grupo muito fluido, não tem os seus integrantes fixo. De acordo com a proposta, a gente organiza as pessoas que mais estão aptas a fazer e vão desenvolvendo esse trabalho. Qualquer um pode participar. Só tiver o interesse de chegar e participar das produções.


E.G.: Quem é o responsável?

G.C.: Teoricamente, o grupo não tem responsável. Mas legalmente é o professor doutor Paulo Paz. O grupo é anárquico. O Paulo só assina os documentos. Ele mesmo fala que gostaria que só chegasse nele para assinar e requerer algo mais burocrático. 


E.G.: Qual a proposta do Grupo?

G.C.: O grupo parte do exercício corporal para desenvolver trabalhos híbridos dentro do conceito de arte contemporânea, onde possam ser apresentadas em lugares públicos ou privados. Além da arte e educação. Estamos vendo projetos para que  grupo e, seus estudos e exercícios, sejam expandidos tantos para escolas, quanto mesmo para instituições como as Uneis.  O grupo é colisão, porque vai em colisão contra o sistema. Contra a padronização da arte. Inserimos temáticas mais sociais. Por isso, que  a proposta inicial era se apresentar na rua. É sensorial. É proporcionar sensações, algo fora do comum paras pessoas. Seja o que for. Leitura de um texto na rua. Qualquer coisa que quebre com a rotina da pessoa. Isso leva arte para quem, normalmente, a arte não chega.


E.G.: Qual a arte que o Colisão quer produzir?

G.C.: Livre. Só uma arte livre. Você pensar que quer fazer qualquer coisa, pensar por que do fazer e o qual do receber. Você mira pra fazer. Sem muita regra. Livre de qualquer padrão. Como ela é híbrida, ela não vai se prender a música, ela não vai se prender a dança, ao teatro, ou mesmo a arte. Ela se prende ao um visual. É uma coisa bem mais estética que um padrão mesmo.  Ela é uma arte efêmera. Efêmera no ato do acontecimento, porque os registros perpetuam a ação. A arte efêmera é muito de acordo com a nossa sociedade, as coisas se consomem e já era. Tem um tempo de  duração. Vai bem de encontro com a estética de hoje. A gente produz uma arte que reflete nosso tempo.  


E.G.: Na visão de vocês, por que o grupo é algo importante para a cultura de Mato Grosso do Sul?

G.C.: Devido a exposição de estar experimentando novos meios na produção. E não ficar preso a produção comum. A maior herança que vai deixar é isso. Ter experimentado, ter deixado resultado. 

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