Carnaval | Da Redação/Com Campo Grande News | 15/02/2015 23h51

Escolas mostram a exuberância do Carnaval corumbaense

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É anoitecer em Corumbá para se ouvir em qualquer canto da cidade a bateria das escolas de samba. A batida é dada com tanta força de vontade que parece que a gente já está na avenida. Os barracões escondem fantasias e carros alegóricos que já surpreendem antes mesmo de estarem montados. Na Cidade Branca os desfiles começam neste domingo com as escolas do segundo grupo, mas amanhã que as do primeiro grupo brigam para levar o título de campeã.

Na escola de samba A Pesada, bicampeã do Carnaval corumbaense, o samba enredo que vai invadir a passarela é de dar saudade. “De Casimiro de Abreu a Ataulfo Alves, Saudades da minha infância querida – aurora da minha vida, eu era feliz e não sabia” vai resgatar junto com o público as brincadeiras de criança até chegar nos jogos eletrônicos dos dias de hoje.

"O saudosismo da era dos brinquedos antes que a robótica tomasse conta de tudo", resume o carnavalesco da escola Manoel Fernandes, de 54 anos, mais conhecido como Manoelzinho. De peões, bonecas e bambolês até chegar nos robôs, a escola quer mostrar a importância de não perder a essência de ser criança. "É um alerta, criança merece ser feliz, deve brincar", reforça Manoelzinho. O tema deve ser levado à avenida em mais de 20 alas e com pelo menos 1,3 mil foliões.

Fundada em 1970 por Neydivaldo Colombo, é o "seu" Ney que ainda ocupa o cargo de presidente com 71 anos. A expectativa, segundo ele, é das boas e de entrar para levar o título. "A gente sempre está trazendo novidades para não ficar tudo a mesma coisa e trazer muita beleza como todo mundo deveria fazer", comenta.

De volta ao grupo de elite, a Vila Mamona vai falar da saga da mulher negra de nomes africanos até figuras de Corumbá, como dona Ivone e dona Cacilda com o samba enredo "O brilho da noite, estrelas negras do nosso Brasil".

"A gente quer passar não a mensagem de sofrimento delas, mas contar a história, o que de bom elas deixaram na cultura, na religião, a influência dessas mulheres na educação", explica o carnavalesco Edilson Oliveira, de 36 anos. O rapaz está pela primeira vez à frente da Vila Mamona que dona de 16 títulos, amargou recentemente a queda para o segundo grupo e subiu ano passado.

Sobre a disputa acirrada, Edilson resume que a escola está lutando para vencer e que com certeza vai se surpreender. "Serão carros bem elaborados, tem riqueza nos detalhes", descreve. A Vila entra na avenida com 900 foliões em 14 alas.

Madrinha da escola, Cartilene Diniz, de 31 anos, se diz honrada até pelo tema a ser trabalhado este ano. "E a escola vem fazendo um trabalho de trazer a comunidade de volta. O que é o Carnaval para a gente? É o momento de você relaxar, de você esquecer da vida e ser feliz na avenida", resume.

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