Artesanato | Da redação | 11/01/2016 11h43

Detentos do Ptran encontram no artesanato oportunidade para recomeço

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Para a implantação do projeto, foi investido está estimado em cerca de R$ 3.9 mil, com recursos disponibilizados pelo Conselho da Comunidade para a compra de materiais.

Estudos apontam a importância da arte como atividade transformadora de comportamentos e como meio de restauração de vidas, pois em cada traço ou molde o artista deposita suas expectativas e sonhos, e revela um sentido para as coisas.

Dentro desse contexto, o Presídio de Trânsito de Campo Grande (Ptran) mantém um ateliê de artesanato onde os internos desenvolvem trabalhos de decoupage em caixaria de MDF, pintura de telas, peças em crochê, produção de pufes etc.

Para o Diretor Presidente da Agepen, Aílton Stropa Garcia, “as peças ali produzidas, além do capricho e beleza próprios, trazem consigo, em cada detalhe, manifestações estéticas que expressam não só o sonho de liberdade, como, também, representam a esperança da utilização da arte como meio de transformar destinos”.

Atualmente, oito internos atuam nessa oficina e outros 55 desenvolvem artesanato dentro dos pavilhões. No momento, os artesanatos são confeccionados, geralmente, por encomenda, por meio dos familiares e comercializados durante as feiras organizadas pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e Ministério Público.

Segundo a psicóloga responsável pelo setor, Elaine Cristina Souza Alencar Cecci, o que é arrecadado é revertido em prol dos artesãos e do trabalho na oficina, representando mais uma ocupação produtiva aos custodiados do Ptran e utilizando a arte como meio de ressocialização. “Serve também como uma atividade terapêutica que reflete diretamente a disciplina dos internos”, destaca.

Nilson Miranda da Silva, 41 anos, é um dos trabalhadores no local. Ele conta que aprendeu a confeccionar pufes com outros internos e hoje encontra na atividade uma oportunidade de se ocupar positivamente e garantir uma fonte de renda lícita até mesmo quando conquistar a liberdade. O reeducando também vê na atividade um meio de contribuir com o meio ambiente, já que utiliza materiais reaproveitados que iriam para o lixo. “A base dos pufes é feita com caixa de ovos e garrafas pet, e que até as cordas que uso para amarrar pego dos sacos de pães que são distribuídos aos internos pela empresa de alimentação”, comenta.

A consciência ambiental tem sido um dos focos da produção, segundo a responsável pelo setor. “Utilizamos caixotes de feira que vêm com a alimentação na produção de prateleiras, restos de obras feitas aqui no presídio também transformamos em trabalhos artísticos”, diz Elaine.

Construindo a Liberdade

O ateliê no Presídio de Trânsito foi implantado através do projeto Construindo a Liberdade, realizado pela Agepen em parceria com o Conselho da Comunidade e a 50ª Promotoria de Justiça.

Além do desenvolvimento de trabalhos artesanais, uma vez por mês é ministrado o curso de barbante, com a instrutora Junara Bardella, ou o curso de MDF, com a assistente social Isa Bambil. Os custodiados participantes possuem uma ficha individual. Eles trabalham habilidades manuais com material reciclável, como garrafas Pet e madeira, para produzir peças decorativas.

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