Artesanato | Com FCMS | 27/03/2024 11h24

Oficina de viola de cocho leva tradição cururueira a alunos

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Na sala de aula só se ouve animação e o chiar das lixas nas pequenas violas de cocho confeccionadas pelos alunos, depois do objeto bem lixado chega a hora da personalização, canetinhas são distribuídas aos alunos e eles fazem os mais variados desenhos, de acordo com seu gosto ou emoção do momento. Depois colocam as cordas e está pronta a violinha de cocho, o sorriso de dever cumprido é quase inevitável e tudo observado pelo mestre cururueiro e oficineiro Sebastião de Souza Brandão.

A oficina sobre a viola de cocho foi oferecida hoje (26) pela Fundação de Cultura de MS, por meio de sua gerência de Artesanato e tem por objetivo oferecer aos alunos de escolas públicas da capital uma oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o artesanato de referência cultural e o patrimônio cultural de MS, além de fomentar a cultura regional e inspirar novos artesãos durante a Semana do Artesão.

O mestre Sebastião se destaca tanto pelo trabalho que desenvolve tanto na produção artesanal da viola de cocho, quanto na difusão das danças populares, como o Cururu. Ele é reconhecido nacionalmente e tem experiência em ministrar palestras e oficinas de artesanato, o que se deve à sua habilidade no tratamento da matéria-prima e na confecção das peças, além da criatividade que o caracteriza como artista singular. Além de artesão habilidoso, ele é responsável pela difusão dos conhecimentos sobre o patrimônio cultural de MS ligados à tradição da viola de cocho, razão pela qual suas oficinas serão ministradas em escolas da capital. Ele leva aos alunos da rede pública à vivência prática das manifestações culturais tradicionais que compõem nossa identidade cultural.

Lucilene Fernandes, diretora da Escola Municipal Professor Vanderley Lopes de Oliveira, comemorou a vinda da capacitação para a escola. “Quando a oficina vem para a escola facilita muitas coisas para nós gestoras. Porque muitas vezes precisamos de um ônibus para viabilizar o curso. Além disso, oportunizar para os alunos conhecer um bem imaterial que já faz parte da cultura sul-mato-grossense é fantástico, não tem experiência como essa. É muito importante, você vê o brilho nos olhos dos alunos em querer conhecer. Eles vão propagar este conhecimento fora dos muros da escola com certeza. É primordial que eles conheçam a história de Mato grosso do Sul através do artesanato”, afirmou.

O historiador Douglas Alves da Silva, coordenador do Arquivo Público Estadual, destacou a importância da Fundação de Cultura de MS fazer parcerias com as escolas públicas. “ Por meio dessas oficinas nos levamos aos alunos a conscientização do que é nossa cultura e nosso patrimônia, a valorização dos artesãos presentes no Estado e isso colabora também com o processo de ensino-aprendizagem, auxilia o trabalho que os professores já vem realizando em sala d aula com seus conteúdos. Essa parceria só vem enriquecer ao conhecimento dos alunos”.

Para o Sr Sebastião, repassar esse conhecimento é uma gratificante para ele, “eu já estou de idade e agora tenho meu neto para me ajudar na produção das violas. O importante é não deixar a tradição morrer e cada violinha dessas feitas pelos alunos é um pouco da tradição que fica em cada um”, finalizou.

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