Artesanato | Karina Medeiros de Lima - FCMS | 05/05/2022 13h40

Artesanato de MS fará presença no Salão do Artesanato em Brasília

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A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul garante a participação do artesanato sul-mato-grossense no 15º Salão de Artesanato - Raízes Brasileiras em Brasília/DF. No evento está sendo ocupado um espaço coletivo de 50m² para divulgação e comercialização de produtos artesanais de Mato Grosso do Sul.

O 15º Salão de Artesanato - Raízes Brasileiras acontece no período de 04 a 08 de maio de 2022, na Arena de Eventos do Pátio Brasil Shopping em Brasília/DF. Neste primeiro dia de Feira já foram realizados bons negócios. “O artesanato sul-mato-grossense já é bem conhecido em nível nacional. Normalmente nos primeiros dias de feira, a grande procura é pelos lojistas de artesanato. A gente já começou, na verdade, as vendas ontem, no dia da montagem, que os lojistas já entraram e começaram a comprar, e hoje a gente tem um número grande de volume de venda para esses que são os lojistas, que é uma venda de atacado. E aí depois a gente começa a sentir como vai ser o varejo”, diz a gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura de MS, Katienka Klain.

“Ano passado a gente vendeu aproximadamente 160 mil reais. Mas o ano passado a gente teve uma realidade que foi a primeira feira pós-pandemia, tinha uma expectativa de compras, foi um volume muito bom em vendas. Nós estamos com a expectativa de chegar a este número de 150, 160 mil reais em vendas”.

Sobre a importância das Feiras Nacionais, Katienka é categórica: “A maior forma de comercialização de volume de vendas são as feiras nacionais de artesanato. Nós temos as feiras regionais, que atendem um público muito bom, mas não têm o mesmo volume de vendas que têm as feiras nacionais. Estas feiras acontecem em locais com muito público, as pessoas têm contato com o artesanato, e já é de praxe essas feiras nacionais terem os lojistas do Brasil inteiro. Eles já se organizam nas rodadas de negócios para comprar. É muito importante os artesãos sempre participarem dessas feiras porque divulga o artesanato, divulga a arte de Mato Grosso do Sul, e cria esse networking, dá continuidade à comercialização durante o ano e o contato tanto com o público final quanto com o lojista”.

Marta Chagas Marques, lojista de Niterói, falou que com a rodada de negócios ela teve a oportunidade de colocar coisas de outros Estados na sua loja. “Agora estamos fazendo excursões individuais e o artesão vem ganhando muito com a gente. É uma delícia conviver com o artesão, é ótimo. Eles têm uma ligação com a família, com os amigos, muito legal. É uma troca muito gostosa, um dá ao outro aquilo que tem. Já fui numa rodada de negócios em Mato Grosso do Sul há dez anos atrás. Nessa primeira vez que eu fui eu conheci a cerâmica terena, é um trabalho bem diversificado que agrada muita tente, tem muita coisa para se comprar. Nas feiras tem bastante coisa. É uma forma de olhar o Brasil com outros olhos. Hoje estou levando essas bolsas lindas feitas de reciclagem de malote de Correio, eu também gosto de levar os bichinhos de cerâmica e de madeira, já levei as índias de cabaça, os bordados. Os artesãos são bem criativos”.

Ricardo Pedroso, lojista de São Paulo, há 20 anos trabalha com artesanato brasileiro. Ele acha que é fundamental visitar as feiras nacionais. “É tão fundamental quanto visitar pros Estados e conhecer os artesãos e conhece-los em suas próprias localidades. Porque aqui a gente vê as novidades, a gente vê quem está chegando, quem está se apresentando, o que os antigos estão trazendo de coisa nova, como é que está o mercado. É um aprendizado indispensável. Eu vou em todas que eu posso. Eu sou um admirador antigo do artesanato de Mato Grosso do Sul, são 20 anos de estrada. Sempre gosto, sempre compro, eu vejo que os indígenas melhoraram muito a qualidade do design do artesanato deles, sempre gosto. Hoje estou levando umas peças de madeira da Ana Vitorino”.

Fábio Silva, coordenador Geral de Empreendedorismo e Artesanato do Programa do Artesanato Brasileiro, organizador do evento, explica um pouco sobre os objetivos do PAB. “Nossos objetivos são vários. Primeiro é uma troca de experiências. O artesão vem pra cá, conhece os trabalhos dos artesãos do Brasil todo, é uma forma de geração de renda desses artesãos, é uma forma de comercialização. O que o Programa faz hoje, um dos eixos mais fortes do programa é esse de comercialização, a gente proporciona a compra nesses espaços para que o artesão possa vender aquilo que ele produz, e também poder acessar novos mercados. Então essa é uma atividade que o Programa vem apoiando, que a gente entende que é a porta de saída para a geração de renda para essas pessoas que fazem esse trabalho maravilhoso. O artesão hoje tem um programa dentro do Governo Federal que cuida exclusivamente do artesanato”.

Olinda Vergílio é uma expositora que foi selecionada por edital da Fundação de Cultura de MS para expor seus trabalhos na feira: bichinhos, jacaré, quati, tartaruga... “Vim para vender aqui em Brasília. Já faz muito tempo que eu trabalho com cerâmica Kadiwéu. Eu preciso apresentar meu trabalho porque o pessoal pode encomendar também. Já participei de outras feiras, nos Festivais no Estado também”.

Outra expositora no estante de Mato Grosso do Sul, Francisca Anaide Rondon Valinho trabalha com bordado desde os seis anos de idade. Aprendeu com as freiras na escola. Hoje, aos 78 anos, é a terceira vez que participa da feira de Brasília. “Estou adorando. As pessoas admiram o trabalho a mão. O trabalho a mão para mim não pode ser esquecido, não pode morrer, não pode ser deixado para escanteio, faz parte dos nossos ancestrais, que trabalhavam muito com as mãos. O meu trabalho tem bastante aceitação. Graças a Deus”.

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