Destaques | Jeozadaque | 09/12/2008 16h43

Rafinha Bastos fala com exclusividade ao "Ensaio Geral"

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No último sábado (06/12), o Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo recebeu o jornalista e ator Rafinha Bastos para encenar o espetáculo “A Arte do Insulto”, realizado por Pedro Silva Promoções. Veja as fotos em nossa galeria. Com repertório cômico e sagaz, Rafinha fez o grande público cair na risada transformando em piadas assuntos do cotidiano como a vida doméstica, as diversas neuroses urbanas, a pena de morte, religiosidade, política entre outros. Natural de Porto Alegre, Rafael atua como jornalista, ator, apresentador e humorista, sendo que atualmente trabalha na bancada do programa da tv Bandeirantes “Custe o que Custar” (CQC). A peça foi encenada em um formato muito famoso nos Estados Unidos chamado de “stand-up comedy”. O formato privilegia o humorista de “cara limpa”, ou seja, o ator se apresenta apenas com um microfone e um pedestal, sem fantasias, maquiagens ou personagens. O texto e o espetáculo foram criados pelo próprio “Rafinha”. Apesar de ter fama de “mal-humorado”, o jornalista e ator recebeu com muita calma e simpatia a equipe do site de cultura regional “Ensaio Geral”, e outros veículos de comunicação da Capital, para uma coletiva repleta de curiosidades sobre o espetáculo e a vida de Rafinha, afinal quem iria imaginar que o apresentador já foi jogador profissional de basquete, é contra o diploma de jornalismo e até foi DJ de festas Trash! Confira. Ensaio Geral: Rafinha neste espetáculo você fala sobre vários temas, mas qual é a mensagem que você pretende passar ? Rafinha Bastos: Não tem absolutamente necessidade de mensagem nenhuma. As pessoas vão assistir ao teatro e se divirtam. Tem piadas que eu criei e que não tem mensagem nenhuma. É uma coisa super rápida que as pessoas vão para se divertir. Muitas vezes as pessoas nem concordam com as coisas que eu estou dizendo ali, mas não necessariamente não vai ficar bom, ou não vai ser engraçado não tem objetivo nenhum de passar mensagem no espetáculo não. EG: Não é de agora sua paixão pelo teatro, pois desde os 13 anos você já atuava, por que você escolheu o atuar no formato “Stand Up”? RB: Porque o “Stand Up Comedy” ele é feito de cara limpa, a minha formação é ser jornalista, eu sou jornalista antes de ser ator, e no “Stand Up Comedy” eu tenho a oportunidade de subir e falar, falar, falar e teorizar sobre coisas, por isso eu escolhi o “Stand Up Comedy”, apesar de ninguém na época fazer o que eu fazia, eu fui um dos primeiros aqui no Brasil. Eu descobri uma maneira interessante de fazer comédia sem estar caracterizado, que não é meu tipo de humor, tem pessoas que fazem isso de forma muito competente, mas não é a minha maneira de fazer. EG: Nesse formato em quem você se espelha? RB: No Stand Up Comedy é muito difícil você se espelhar em alguém porque exige muito autenticidade você precisa ser autêntico, precisa ser você mesmo. Então é muito difícil se espelhar em alguém. Eu assisto muita coisa, eu assisto outras pessoas. Quando você se inspira muito em algum você acaba às vezes reproduzindo uma maneira de ser que não é a sua então é ficar atento as coisas que acontece no seu mundo mas do que se inspirar em outros atores. EG: Se hoje você tivesse que escolher entre ser jornalista ou ator qual você escolheria? RB: Na verdade é assim, o que eu faço no palco é um pouco de jornalismo também, então não existe pra mim hoje essa opção. Eu hoje faço jornalismo e faço ator. Eu tenho um seriado que eu faço hoje em um canal fechado já é mais um pouco um trabalho de ator. Acho que tudo se completa. Eu hoje estou conseguindo conciliar as duas coisas. O próprio “CQC” muitas vezes eu faço umas ficções em umas matérias, então é uma combinação muito bacana. Terras Ms: Rafinha você se sente um artista de insulto? RB: Não, na verdade assim criou-se muito essa aura de eu sou um cara muito mal humorado, e tal, não é verdade, não é verdade. Claro que assim, na televisão a gente faz uma coisa mais uma caricatura de nós mesmo assim, eu tenho sim uma coisa mais ranzinza, um pouco mal humorado, crítico. O meu espetáculo não insulta ninguém, eu coloquei esse nome para que as pessoas cheguem para já preparadas para um espetáculo não muito convencional, você não vai ver piadas tradicionais, no meu espetáculo eu falo de pena de morte, religião, são coisas que você não costuma ver no espetáculo de humor. Por isso que eu escolhi esse nome, no meu espetáculo eu não insulto ninguém. EG: Rafinha aproveitando que você é um jornalista, qual a sua opinião sobre o diploma para os jornalistas? RB: Eu sou completamente contra o diploma de jornalismo. Eu acho que tem pessoas muito competentes que sabem escrever muito bem, eu sou formado em jornalismo, fiz faculdade de jornalismo, os próprios jornalistas ficam muito chateados quando eu falo isso, o jornalista precisa de talento, precisa de informação, não basta, você está formado com o diploma na mão e não conhecer o mundo. O jornalismo é uma profissão que precisaria ser mais maleável quanto essa questão. Existem jornalistas maravilhosos mais antigos que não tem diplomas, por exemplo, numa época que eles ganhavam o diploma por experiência profissional e são grandes jornalistas até hoje. Acho que deveria rever o diploma de várias profissões não necessariamente você precisa de formação para fazer. Hoje a gente tem jornalistas formados no “CQC”, eu sou um deles, mas nem por isso eu sou muito a favor não. EG: Rafinha quando você morou nos Estados Unidos, você foi jogador de basquete, hoje você sente falta? RB: Eu fui jogador de basquete desde os 10 anos. Sinto falta de fazer atividade física, não do basquete. EG: Porque você deixou o basquete? RB: Porque chega uma hora que o atleta tem que fazer uma escolha. Eu treinava três vezes por dia, de manhã, de tarde e de noite, então eu não podia seguir uma outra profissão sendo atleta, então na hora que eu parei eu falei ‘Não. Vou parar definitivamente’. EG: Você também foi DJ de festa “Trash” dos anos 80. Você gosta desse ritmo? RB: Eu gosto de festa. Assim, teve um boom muito grande de “flash back”, de anos 80 e tal, e foi um grande prazer, porque eu já fazia uma coisa meio anos 80 num programa chamado “Página do Rafinha”, eu fazia uma coisa assim, então era muito legal poder tocar e ver as pessoas se divertindo com aquilo que era a minha infância. EG: Rafinha para encerrar deixa um recado para todos os internautas do site “Ensaio Geral”. RB: Eu preciso mandar um abraço para todos os internautas porque a minha história de vida, a minha história profissional começou e continua na internet, a televisão é importante? É, mas a internet pra mim ela é eterna. Eu vou estar sempre com este público e hoje as pessoas que me assistem no teatro, por exemplo, são pessoas que vêem mais internet do que a televisão, eu tenho essa ciência. Então um abraço para todos da internet, vocês são prioridade na minha vida.

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