A Coordenadoria de Cultura da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis e o Curso de Música da UFMS realizam na próxima terça-feira (5/4), no Teatro Glauce Rocha, às 20h, o recital de abertura do Projeto Movimento Concerto, com obras de J. S. Bach e poemas de Cecília Meirelles e Carlos Drummond de Andrade – entre outros.

A entrada é gratuita, mas os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro, meia hora antes do evento.

A Música ficará a cargo da Camerata Madeiras dedilhadas – sob regência da professora Ana Lúcia Gaborim – e dos solos de violão do professor Marcelo Fernandes. Já a declamação dos poemas será do professor Geraldo Vicente Martins.

O Projeto Movimento Concerto da UFMS trabalha há quase uma década divulgando a música clássica em nosso Estado e que tem como produtos secundários o oferecimento de masterclasses e de oficinas de iniciação musical. Já se apresentaram dentro do projeto solistas prestigiosos como o violonista Fábio Zanon e o pianista Eduardo Monteiro, além de orquestras e conjuntos de Câmara.

O principal conjunto a se apresentar no recital é a Camerata Madeiras Dedilhadas da UFMS. Trata-se de uma pequena orquestra de Câmara, que combina o timbre do violão ao timbre dos instrumentos de sopro tradicionalmente feitos de madeiras – como o clarinete, a flauta e o fagote – resultando em uma pequena orquestra rica em sonoridades. Seu projeto de repertório também é diferenciado pois abarca obras do Barroco e Classicismo – cujos maiores expoente são Bach, Handel e Mozart -, além de música clássica Brasileira – escrita por mestres como Carlos Gomes e Villa-Lobos – e música regional de nosso Estado. Seus integrantes são, em sua maioria, egressos e formandos do Curso de Música da UFMS, que têm se destacado artisticamente e que têm carreiras como solistas.

Os solos de violão também são importantes dentro do programa pois trazem contemplativa Suíte n. 1 de Bach, para violoncelo solo, complementada por poemas de cecília Meirelles; e ainda o Elogio de La Danza– obra modernista de grande força expressiva e composta pelo maestro maior da música cubana: Leo Brouwer.

Os poemas de Cecília Meireles escolhidos para a apresentação abrem um itinerário marcado pela reflexão em torno da fugacidade da vida e de algumas vivências inerentes à condição humana, sempre permeadas pela beleza do instante que nos coube viver e a aproximação conciliadora da morte.

Essa relação constante entre vida e morte também se encontra no texto de Giorgos Seféris, na bela tradução que dele nos oferece José Paulo Paes. Nesse poema, entretanto, é o diálogo entre a interioridade e a exterioridade, articuladas pela figura da cisterna, que se revela como caminho para uma síntese apaziguadora dos conflitos postos em cena.

Finalmente, com Carlos Drummond de Andrade, encerra-se a viagem. Em um de seus textos lapidares, o sujeito, fatigado pela insuficiência de uma vida marcada pelos aspectos materiais, volta-se para a força arrebatadora da flor, ainda que configurada por uma visão atípica da beleza.