Nesta quinta-feira, 9 de dezembro, às 19 horas, o Sesc Cultura, integrante do Sistema Comércio, promove um bate-papo com a escritora Lenilde Ramos, que fará o lançamento do livro João da Moto, a vida não tem limites.

O encontro será na Sala de música. A obra é um mergulho na biografia, no pensamento e na convivência de João Carlos Estevão de Andrade, que vive com a paralisia cerebral. Em Campo Grande desde os sete anos, nasceu no Rio de Janeiro, de um parto que passou da hora, reduzindo a oxigenação no cérebro. Sem a pretensão de ser um tratado científico, a obra resulta da amizade de 40 anos entre João Carlos e Lenilde Ramos, ambos motivados a desmistificar a pessoa que a sociedade ainda insiste em chamar de “deficiente”.

O contexto familiar de João Carlos traz uma parte da história de Mato Grosso do Sul. Do lado materno, temos o avô Estevão, imigrante português que se tornou grande industrial em Campo Grande e do lado paterno, a linhagem da família Andrade com a bisavó Rita Vieira, que se tornou nome de bairro. Um ponto forte do livro é o despertar de João para sua condição física, a forma com que buscou se inserir na sociedade como um cidadão produtivo, e como lutou para que outras pessoas com deficiência buscassem, na medida do possível, a própria autonomia e independência.

A obra, que tem parte das vendas revertidas à Pestalozzi de Campo Grande, teve pré- em 15 de maio, com uma Live que contou com a presença de Clarinha Mar, de Brasília, @clarinhamaroficial, a jovem com paralisia cerebral que está conquistando o Brasil com sua militância na internet, que já se aproxima dos 200 mil seguidores.

Sobre Lenilde Ramos – Uma camaleoa das artes, estende suas expressões da música à produção cultural, passando pelo jornalismo e, agora, pela literatura. Nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 1952. Seus textos chamam a atenção pela naturalidade e o compromisso com acontecimentos reais e vêm contribuindo com o registro da história recente de sua terra. Esse contexto levou-a a assumir a cadeira 31 da Academia Sul-mato-grossense de Letras, anteriormente ocupada pelo renomado historiador Hildebrando Campestrini.