Homenagem | Jeozadaque | 21/07/2008 12h05

Morre aos 101 anos a atriz "Dercy Gonçalves"

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Um verdadeiro dicionário da cultura e do teatro brasileiro. Era assim que amigos e parentes definiam a atriz e comediante Dercy Gonçalves, que faleceu no sábado (19/07), aos 101 anos na cidade o Rio de Janeiro vítima de pneumonia. Antes de morrer, Dercy pediu à filha Dercimar, para ser enterrada vestida com paetês dourados, jóias, maquiagem e peruca, tudo para manter a aparência de sempre, uma mulher forte, charmosa e alegre. Outro desejo realizado foi à música fúnebre, a atriz pediu que tocasse o samba enredo da escola Unidos do Viradouro do ano de 1992, pois na ocasião, a escola homenageou a comediante. No velório, amigos e parentes foram prestar a última homenagem a Dercy. A atriz Marília Pêra se emocionou ao falar da comediante, “A Dercy deixou para a gente um estilo novo. Foi ela que transformou o teatro brasileiro no que ele é. Ela é a fonte de muitas vertentes atuais”, afirmou a atriz. O velório aconteceu na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O corpo da atriz será enterrado amanhã (22/07), na cidade natal da artista, Santa Maria Madalena. A história Dolores Gonçalves Costa, nasceu em 23 de junho de 1907, na pequena cidade do interior do Rio de Janeiro Santa Maria Madalena. Filha de alfaiate e de uma lavadeira, Dercy perdeu a mão cedo. Ao descobrir que seu marido a enganava, Madalena abandonou o lar e nunca voltou. Devido a miséria da família, Dercy trabalhou desde muito nova. Foi bilheteira de cinema e se apresentava para hóspedes de hotel em troca de comida. A carreira Aos 17 anos, fugiu de casa e se juntou a uma companhia de teatro. Em 1929, Dercy estreou em Leopoldina, como parte do elenco da Companhia Maria Castro. Em 1934, Dercy teve um relacionamento com o exportador de café mineiro Ademar Martins, do qual nasceu sua única filha, Dercimar. Já no ramo da comédia e do improviso, participou do auge do Teatro. Nos anos 1930 e 1940, estrelou peças famosas como "Rei Momo na Guerra". A partir da década de 1960, Dercy resolve iniciar a carreira solo e parte para os monólogos. Suas apresentações, feitas em teatros de todo o país, conquistaram um público ainda cheio de moralismos. Nos monólogos, contava fatos autobiográficos de sua vida, e isso fez com que atuasse em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais. Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da “Tv Excelsior”. De 1966 a 1969 apresentou na Tv Globo um programa de auditório de muito sucesso, o "Dercy de Verdade", que acabou saindo do ar com o início da censura no país. No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberdade na programação, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares. Ícone do teatro brasileiro, em 1985, Dercy recebeu o “Troféu Mambembe”, em uma categoria criada especialmente para homenageá-la, como a  “Melhor Personagem de Teatro”. Na madrugada do dia 19 de julho de 2008, a comediante foi internada em estado grave no Hospital São Lucas, em Copacabana, onde teve uma pneumonia comunitária grave, que evoluiu para uma sepse pulmonar e veio a falecer. O estado do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias em memória à atriz. Fonte: Com informações dos sites, Folha On-line, Isto É On-line e Wikipédia.

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