Homenagem aos cantores "Sertanejos"
No Brasil existem vários ritmos musicais característicos como, samba, lambada e forró. Mas, tem um em especial que também é comum e faz parte da cultura sul-mato-grossense, o “Sertanejo”.
Amanhã (13/07), se comemora o dia nacional dos “Cantores Sertanejos”, e como forma de homenagem, o site “Ensaio Geral” realizou uma pesquisa sobre a história da música sertaneja.
A história
A música sertaneja, é o estilo musical herdeiro da "música caipira" e da moda de viola, que se caracteriza pela melodia simples e melancólica; e que muitas vezes é chamada de “música do interior”.
O estilo sertanejo é característico das regiões dos sertões, do povo denominado “caipira”, que vive no interior dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
É comum neste estilo de música letras que abordam temas como, natureza, costumes, amor e lembranças.
Sempre presente nos “Rodeios” e “Festas de Peões”, a música sertaneja é uma adaptação do ritmo internacional “Country Music”.
Esse estilo musical único no mundo, já levou vários artistas brasileiros para a carreira internacional e a até a produzir filmes, como Milionário e José Rico, Teixeirinha, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Sérgio Reis, Daniel e os destaques sul-mato-grossenses, a saudosa Helena Meirelles e o cantor Almir Sater.
O ritmo é tão contagiante que até os jovens estão se aderindo ao estilo. Campo Grande tem destacado vários talentos sertanejos, como Vitor e Vinícius, Maria Cecília & Rodolfo, Tharlison & Tharsila entre outros.
A carreira
A carreira desses artistas são marcadas pela dificuldade de reconhecimento popular. O filme da dupla sertaneja “Zezé Di Camargo e Luciano”, “Os dois Filhos de Francisco” mostra como foi difícil o início da carreira artística dos dois.
Assim também acontece com outras duplas e cantores sertanejos. O filme é um exemplo de como a carreira desses artistas é sofrida.
As canções
Há canções sul-mato-grossenses que marcaram o ritmo sertanejo, como “Pé de Cedro”, “Pretinho Aleijado” e “Trem do Pantanal”, que falam das belezas naturais e das histórias populares.
Confira as letras das músicas que são destaque em todo Brasil e que falam da cultura Sul-mato-grossense.
Pé de Cedro
Foi num belo Mato-Grosso há vinte anos atrás
Naqueles tempos queridos que não voltam nunca mais
Nas matas onde eu passava um pequeno arbusto achei
Levando pra minha casa no meu quintal plantei
Era um belo pé de cedro, pequenino, em formação
Sepultei suas raízes na terra fofa do chão
Um dia parti pra longe, amei, também sofri
Vinte anos se passaram em que distante eu vivi
"À Virgem Santa sagrada uma prece eu vou fazer
Junto ao meu pé de cedro é que desejo morrer
Quero ter sua sombra amiga projetada sobre mim
No meu último repouso na cidade de Coxim"
Hoje volto arrependido para o meu antigo lar
Abatido e comovido, com vontade de chorar
E rever meu pé de cedro que está grande como o quê
Mas é menor que a saudade que eu sinto de você
Cresceu como minha mágoa, cresceu numa força rara
Mas é menor que a saudade que até hoje nos separa
A terra ficou molhada do pranto que derramei
Que saudade, pé de cedro, do tempo que eu te plantei.
Pretinho Aleijado
Com mil e oitocentos bois
Eu sai de rancharias
Na praça de Três Lagoas
Cheguei no morrer do dia
O sino de uma igrejinha
Numa estranha melodia
Anunciava tristemente
A hora da Ave Maria
Eu entrei igreja a dentro
Pra fazer minha oração
Assisti um ato triste
Que cortou meu coração
Um petrinho aleijado
Somente com uma das mãos
Puxava a corda do Sino
Cantando triste canção
Aaaai aai
Aquela alma feliz
Era um espelho a muita gente
Que tendo tudo no mundo
Da vida vive discrente
Meu negro coração
Tranformou-se derepente
Ao terminar minha prece
Era um homem diferente
Noutro dia com a boiada
saí de madrugadinha
Muitas léguas de distância
Esta noite se alivia
Um malvado desordeiro
Assaltou a igrejinha
E matou o aleijadinho
Pra roubar tudo o que tinha
Aaaaai aai
O sino de Três lagoas
Vivia silênciado
E eu com meu parabelo
andava atrás do malvado
Voltando nesta cidade
Ví um povo assustado
Diz que o sino à meia -noite
Sozinho tinha tocado
Quando entrei na igrejinha
Uma voz pra mim falou:
Jogue fora esta arma
Não se torne um pecador
Tirar a vida deum Cristão
Compete a nosso Senhor
Conheci a voz do pretinho
O meu ódio se acabou
Aaaaai aaai
Trem do Pantanal
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal
De que este é o melhor caminho
Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
O povo lá em casa espera que eu mande um postal
Dizendo que eu estou muito bem vivo
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
Só meu coração está batendo desigual
Ele agora sabe que o medo viaja também
Sobre todos os trilhos da terra
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Fonte: Site Letras.terra
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