Quem passar pela Praça da Liberdade, no centro de Bonito, poderá conferir não só atrações musicais e dança, mas também muito artesanato e a cultura indígena. Artesãos e artesãs de várias etnias sul-mato-grossenses estão expondo seus trabalhos no Festival de Inverno de Bonito até o próximo domingo (25).

A coordenadora da Tenda dos Saberes / Povos Originários, Silvana Terena, fala da importância da presença da cultura indígena num evento tão importante quanto o Festival de Inverno de Bonito. “Para nós esta tenda é um espaço de protagonismo, pois podemos falar sobre nossa cultura, nossa arte, nosso modo de viver e ser indígena. Todo o nosso trabalho é para fortalecer nossa cultura e o segmento do artesanato, que gera renda para nosso povo”.

Os visitantes poderão conferir artesanatos como guató, kadiwéu, kinikinau, ofaié e terena em peças de cerâmica, roupas com grafismos das etnias, brincos e adornos confeccionados com penas, madeira e tudo o mais que pode ser extraído do meio ambiente, sem degradar. “Tudo o que eles trabalham com o olhar profissional de artesãos, eles transformam em peças lindas”, explica Silvana.

As artesãs (em sua maioria) e artesãos presentes no FIB são de aldeias dos municípios de Aquidauana, Brasilândia, região Serra da Bodoquena, Miranda, Porto Murtinho e da capital de MS, Campo Grande. A coordenadora da Tenda explica que a maior produção ainda é de indígenas da capital.

“Nós temos uma alta produção em Campo Grande, pois lá somos em 17.439 indígenas e muitos têm a carteirinha de artesão e já podem comercializar sua produção profissionalmente. No interior também temos muitos já com suas carteirinhas, mas ainda estamos no processo de profissionalização, capacitação e identificação desses profissionais indígenas. Estamos organizados e, dessa forma, nos sentimos incluídos tanto na economia criativa, quanto nos festivais de MS e, claro, nos sentimos valorizados com isso”.

Além da exposição e venda das peças de artesanato indígena, a agenda da Tenda dos Saberes dos Povos Originários inclui ainda roda de conversa com a Economia Criativa (sábado, 24), que será um bate-papo entre os profissionais para falar dos próximos passos, e uma dança do grupo tradicional Kadiwéu, com 38 componentes da aldeia São João, no início da tarde desta sexta-feira (23). Imperdível!