Geral | Com Observatório do Cinema | 21/02/2024 11h34

O Abismo: A história real por trás do suspense da Netflix

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O Abismo está entre os filmes mais assistidos pelos brasileiros na Netflix, e se destaca ao apresentar uma trama de apavoramento. Os moradores de uma cidade mineradora, após alertas, enfrentam um verdadeiro pesadelo quando o lugar onde residem começa a desmoronar, como a tragédia de Brumadinho/ MG, que aconteceu aqui no Brasil em 25 de janeiro de 2019.

Tudo começa quando Frigga (Tuva Novotny) está embarcando em um novo capítulo de sua vida ao iniciar um relacionamento com Dabir (Kardo Razzazi). Enquanto tenta manter a harmonia com seu ex-marido, equilibrar as demandas da maternidade e liderar como chefe de segurança na mina de Kiirunavaara, na cidade sueca de Kiruna, quando ela se vê diante de vários desafios.

O filme ganha musculatura quando uma falha geológica ameaça a estabilidade da cidade, desencadeando um gradual afundamento. Diante dessa catástrofe, Frigga se vê em um dilema angustiante, ponderando não apenas a segurança de seus entes queridos, mas também a de todos os trabalhadores da mina, cujo sustento e vida cotidiana dependem diretamente dela.

A pressão aumenta à medida que Frigga assume a responsabilidade não apenas pela segurança de sua família, mas também pela integridade da comunidade que a rodeia. Enquanto a cidade é evacuada em meio ao caos, ela se depara com a difícil tarefa de liderar a evacuação da mina, com desafios logísticos.

Neste cenário, Frigga é forçada a confrontar suas próprias capacidades como líder e a superar os obstáculos, não apenas geológicos, mas também emocionais, que surgem ao longo desse momento. A trama mergulha nos dilemas éticos, nas relações humanas e na busca pela sobrevivência em meio a uma crise que desafia não apenas a estrutura física da cidade, mas também a estrutura emocional de Frigga e de todos aqueles que dependem dela.

O contexto tem ganhado notoriedade na plataforma de streaming, chamando a atenção dos assinantes. “Acabei de assistir o filme Abismo que está na Netflix e pqp, que agonia eu senti”, comentou uma internauta no X, antigo Twitter. “Tem um filme sueco na Netflix chamado O Abismo que claramente deve ter sido inspirado no crime da Brasken em Maceió!”, opinou outra conta.

Com a cidade surgida da extração de minério, muitos podem se perguntar se O Abismo é baseado em uma história verdadeira. De acordo com informações do The Cinemaholic, o filme é inspirado parcialmente pelo desastre da cidade de Kiruna, localizada no norte da Suécia.

Conhecendo melhor Kiruna

A cidade de Kiruna teve seu início em 1900, impulsionada pela exploração do minério de ferro, abrigando atualmente cerca de 22 mil moradores. Paradoxalmente, a principal fonte de renda tornou-se uma desafio para o local.

Devido a exploração intensiva do subsolo resultou em rachaduras profundas no solo da cidade, levando a Suécia a tomar uma decisão para a segurança de Kiruna. Em 2004, foi lançada uma competição para empresas de arquitetura, com o objetivo de encontrar a melhor solução para realocar parte da cidade, conforme relatado pela Super Interessante.

Foi anunciada em 2012 pela White Architects a proposta vencedora e, delineou um projeto que poderá se estender até 2040. A fase inicial concentrou-se na realocação do centro da cidade, prevendo-se que o centro atual afundará completamente até 2050, já evidenciado por sinais como buracos na região.

A reconstrução do centro ocorrerá a 3,2 quilômetros do extremo leste de Kiruna, distante da mina de ferro que desencadeou a urgência do projeto. Um destaque notável é a Igreja de Kiruna, erguida em 1912, cuja intenção é ser transportada peça por peça para o novo local. Além disso, diversas casas foram movidas com o auxílio de caminhões e trailers, algumas sendo totalmente reconstruídas.

Devido à grande relevância da mineração na economia local, a Luossavaara-Kiirunavaara AB, mineradora estatal, optou por realocar os moradores em vez de encerrar a operação da mina. A nova planta da cidade foi projetada com setores inéditos ao norte, sul e leste, todos distantes da atividade de mineração.

A empresa também ofereceu opções para os residentes impactados: a possibilidade de vender suas residências por 25% acima do valor de mercado ou adquirir uma casa nova no novo local em que a cidade está sendo construída. Essas medidas buscam conciliar a preservação da comunidade com a necessidade de segurança diante dos desafios geológicos enfrentados por Kiruna.

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