Geral | Da redação | 21/06/2016 14h31

Com empatia Antônio Porto desvenda aspectos do mundo musical no CCJOG

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A empatia e a disponibilidade em desvendar o mundo musical e repassar suas técnicas marcaram o clima da oficina ministrada pelo multi-instrumentista Antônio Porto, no último fim de semana (18 e 19 de junho), no Centro Cultural José Octávio Guizzo, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

Paula Lourenço, 22 anos, estudante de artes visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, ficou muito empolgada com a oportunidade de estar frente a frente com este músico que já excursionou em diversos países apresentando seu trabalho musical. “Quando cheguei aqui fiquei me perguntando se esta oficina era direcionada a pessoas como eu, uma iniciante no violão. Estou muito feliz em estar aqui”, comemorou.

Durante a capacitação, Porto falou sobre o desprendimento da teoria alcançar-se a espontaneidade musical. “A música tem que vir antes da teoria para ela ser realmente espontânea. Um exemplo que podemos lembrar é o Paul McCartney. Ele não sabia teoria musical mas era um gênio. Em muitos trabalhos fazia composições para orquestras”, destacou.

O compositor refletiu ainda que a música no mundo ocidental é muito elitizada e que os profissionais da música clássica acabam atribuindo um valor menor à música popular. “Na minha opinião a música popular não é menor, essa é uma visão européia da música. A música oriental, por exemplo, não trabalha com instrumentos eruditos. A música popular tem como identidade a cultura popular, ou seja, está relacionada com a vida cotidiana das pessoas. E por isso ela não é uma música intelectual e tem que ser feita com espontaneidade e liberdade”, defendeu.

Para ele, não se pode generalizar a ideia que o músico popular não sabe nada. Na música popular, a teoria deve ser utilizada como recurso. Neste contexto, ele acredita que deve ser respeitada a liberdade de expressão de cada estilo musical. “Antigamente eu tinha medo de dizer que não gosto de João Gilberto ou do Hermeto Pascoal. Mas hoje eu assumo que não sou obrigado a gostar do jeito que eles fazem música. Para mim, liberdade musical é assumir o que se gosta, sem rótulos”, finalizou.

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