Lá pelas primeiras horas da manhã, quando a Netflix libera uma nova série de suspense, muita gente já está pronta para maratonar. Foi assim com A Reserva, drama dinamarquês que, em seis episódios, chamou a atenção com um olhar crítico sobre as relações de poder.

Criada por Ingeborg Topsøe e dirigida por Per Fly, a série parte do desaparecimento de uma au pair filipina para explorar os bastidores de um bairro da elite dinamarquesa.

Por trás da busca por respostas, o que emerge é um retrato de abusos normalizados e estruturas que protegem os poderosos. Mas com o final fechado da primeira temporada, o que esperar do futuro da produção?

Netflix planeja novos episódios?

Oficialmente, A Reserva foi lançada como uma minissérie, com trama encerrada em seis episódios e não há confirmação de uma segunda temporada, nem indícios de que novos capítulos estejam em desenvolvimento.

Apesar disso, há precedentes de outras séries limitadas que ganharam continuações após o sucesso inicial. O desempenho da obra no catálogo global da Netflix geralmente pode influenciar a decisão.

Caso os números surpreendam, a plataforma pode considerar transformar a minissérie em uma antologia com histórias diferentes, mas tematicamente conectadas.

Embora a história de Cecilie e Ruby tenha se encerrado, a proposta central da série permite expansões. Os criadores se inspiraram em pesquisas sobre o sistema de au pairs na Dinamarca, especialmente com mulheres filipinas.

Caso a Netflix decida seguir adiante, seria possível criar novas temporadas com outros personagens e situações, mantendo o foco em injustiças sociais e relações de domínio dentro de ambientes privilegiados.

Uma trama fechada, mas com ecos
Mesmo com o final definido, A Reserva não deixa de provocar reflexões. O desfecho mostra que os responsáveis pelo crime saem impunes, escancarando uma estrutura que protege os culpados e silencia as vítimas.

A escolha dos roteiristas por esse tipo de resolução tem motivações claras ao provocar o desconforto e estimular o debate. Além disso, o diretor Per Fly destacou em entrevistas que o maior atrativo da trama era justamente sua ambientação.

Mesmo sem promessas de continuação, A Reserva entrega uma história forte, bem amarrada e relevante. Além do suspense, oferece uma crítica pertinente à cultura da impunidade e à forma como elites escondem suas falhas sob camadas de aparente civilidade.