Exposição | O Estado MS | 30/08/2016 10h45

Terceira Temporada de exposições do Marco abre hoje

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Com direito a instalações, pinturas, gravuras e esculturas, será inaugurada nesta terça-feira (30 de agosto), às 19h30, a Terceira Temporada de Exposições 2016 do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. As quatro mostras apresentam olhares diversificados do cotidiano e podem ser visitadas até 30 de outubro, sempre com entrada franca.

São quatro séries “Moedas”, com peças criadas por Alexandre Frangioni; “Espaço reservado para possíveis retornos (ou como rasurar o ar)”, com instalações de Élcio Miazaki; “Dentro da Mata”, que reúne pinturas em óleo sobre tela de Miguel Penha e “Variáveis de Bancos de Jardim”, que apresenta gravuras de Silvia Ruiz.

Em Moedas Alexandre Frangioni reflete as possíveis rela- ções entre valores históricos e atuais. Ao produzir as obras com o dinheiro antigo e sem validade, estes objetos passam a valer, então, pelo que não são. Ao ligar os pontos dos vértices resgatados, as instalações de Élcio Miazaki lembram as brincadeiras infantis de outras épocas e aprendizados encontrados em livros e materiais didáticos antigos, cujas páginas eram praticamente em branco com alguns grafismos.

Quando traçada e concluída uma sequência de pontos numerados, eram formadas figuras antes desconhecidas. As fitas utilizadas passam a representar visualmente ligações, proximidades e até mesmo linhas de tensão. São também uma metáfora da tarefa de curadores quando “alinhavam” obras para uma exposição. Esse fato reforça a ideia de que uma obra artística não nasce ao acaso. E pode, dessa maneira, ter como referência outras criações e ‘bagagens’, provocando novas relações, leituras e ressignificados.

Em Dentro da Mata – Os quadros lembram um Brasil recém-descoberto

Em obras produzidas em óleo sobre tela, Miguel Penha conduz em dignidade, beleza e poesia o observador a adentrar ao espírito da floresta. Neste bioma plástico e visível aos nossos olhos, neste enramado em grande escala, se oculta a presença dos seres vivos, dos animais, os verdadeiros protagonistas e habitantes das matas brasileiras. As linhas retas na vertical, símbolos da masculinidade, são indicativas a desempenharem o papel de transmissões ideológicas, de alertas, de contatos, de sinalizações em tons de verdes exuberantes. Variáveis de Bancos de Jardim – A arte de gravar sobre a madeira e o metal para Silvia Ruiz nada mais é do que a necessidade de expressão. Diante de um mundo feito por imagens digitais, a artista apresenta em sua mostra imagens de rara beleza que extraem das técnicas tradicionais a poética que busca no cotidiano objetos banais como temas a serem retratados.

A artista entalha na madeira e transfere a imagem para o papel com a colher de pau. Desse gesto extrai toda a expressividade da linguagem. De linhas simples e cores chapadas, os bancos adquirem uma expressividade pouco vista para um equipamento urbano dessa natureza, que no dia a dia não se nota mais nas praças e jardins. Tornaram- -se desimportantes. Em uma sociedade acuada pelo medo do convívio com o outro, passaram a significar o perigo por darem lugar para moradores em condição de rua, para a vadiagem e para os que não fazem nada, simplesmente contemplam a vida.

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