Exposição | Da Redação/Com Midiamax | 25/09/2013 10h38

Segunda exposição mais vista do mundo mostra cadáveres reais em Campo Grande

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Quando o médico Gunther von Hagens pensou sua tese de doutorado, jamais poderia imaginar que sua ideia chegaria a capital de Mato Grosso do Sul após 34 anos. A segunda exposição mais vista do mundo, com público aproximado de 30 milhões de expectadores, "Human Bodies" será apresentada no shopping e conta com equipe de cinco técnicos para explicar o funcionamento de órgãos, sistemas e tecidos aos visitantes.

Alemão, o médico queria encontrar uma maneira de manter os corpos humanos preservados por mais tempo. Para isso, ele retirou a pele e gordura dos corpos, dissecando-os em acetona. Após esta etapa, ele posicionou os corpos da maneira como deveriam ficar e os mergulhou em polímero de silicone, que é absorvido pelos poros do organismo em uma câmara à vácuo.

A partir daí, os corpos ficaram rígidos e qualquer movimento brusco pode quebrá-los. Com isso, ele desenvolveu uma técnica inédita para preservar cadáveres e resolveu fazer exposições pelo mundo.

 “Apenas três pessoas são autorizadas a tocar os corpos para embalar e transportar”, explica o gerente da exposição no Brasil, Suderlan de Oliveira.

“A primeira exposição aconteceu em Tókio, em 1979. Como o médico colocou os corpos na posição em que foram mortos, chocou bastante. Então ele teve a ideia de dissecar os corpos em posições do dia-a-dia. Nesta mostra, os corpos estão posicionados como quando praticamos esportes”, explicou.

São 23 exposições itinerantes pelo mundo e três fixas, sendo uma nos Estados Unidos e outras na Alemanha e na China. Os corpos são todos chineses, porque a legislação do país permite a doação de cadáveres para estudo.

“No caso da exposição, apresentamos pulmões de pessoas que fumaram uma vida inteira, fígado de alcoólatras e peças separadas para mostrar o funcionamento do corpo, então ela é didática”, explicou Suderlan. Um monitor e mais cinco pessoas, entre acadêmicos e formados em Medicina e Fisioterapia acompanham os visitantes para dar esclarecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.

Entre oito corpos humanos expostos estão mais de 120 peças (órgãos e sistemas completos) à mostra, entre fetos e um carneiro conservados pela técnica conhecida como “plastination”. Desta forma, os corpos podem durar cerca de 100 anos.

Médico cardiologista, Marcos Tigumani é um dos orientadores de público e disse jamais ter visto uma exposição tão rica em detalhes. “Mesmo acadêmicos de Medicina que lidam com corpos no necrotério das universidades não têm acesso a este acervo tão rico e deveriam vir”, disse.

Conservados em formol, os corpos nas faculdades ficam com cheiro enjoativo e muitas peças se deterioram, segundo o médico. “Aqui podemos analisar detalhes ricos dos corpos, com contraste para diferenciar veias, artérias. É fantástico, vi pela primeira vez ontem à noite e estou achando fascinante”, conta.

Serviço

 “Human Bodies – Maravilhas do Corpo Humano” acontece no Shopping Campo Grande, que fica na Avenida Afonso Pena a partir desta terça-feira (24), das 14h às 21h nos dias de semana e das 12h às 19h aos finais de semana e feriados. Em dias de semana, a entrada custa R$ 40 por pessoa e R$ 20 a meia. Finais de semana custam R$ 50. A partir de três pessoas por grupo, o valor cai para R$ 20 por pessoa. Todas as visitas serão guiadas. Informações no site: www.humanbodies.com.br

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