Exposição | Da Redação/Com FCMS | 18/06/2015 11h34

Exposições do Marco abordam nuances da arte nacional

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Em comum elas possuem a capacidade de abraçar diferentes aspectos da arte brasileira. As quatro mostras que serão inauguradas no dia 23 de junho (terça-feira), às 19h30, na Segunda Temporada de Exposições 2015 do Museu de Arte Contemporânea apresentam olhares plurais da nossa cultura e convidam o público para novas experiências. E o melhor: com entrada franca.

A Gravura Brasileira no Acervo do Marco oferece ao público um recorte significativo do acervo do museu. Estarão reunidas impressões de consagrados artistas brasileiros nas técnicas de xilogravura, serigrafia, gravura em metal e litografia: Evandro Carlos Jardim, Ferez Khoury, Louise Weiss, Maria Bonomi, Renina Katz e Ruben Mattuck. As gravuras foram doadas em 2001 pelo Instituto Itaú Cultural à Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

“O acervo do Museu de Arte Contemporânea atualmente conta com aproximadamente 1600 obras e os recortes curatoriais oportunizam o estímulo à educação estética do visitante, estreitando os laços entre as diversas manifestações da arte e suas linguagens”, avalia Maysa Barros, coordenadora do Marco.

Compensado – acrílicas do artista plástico Cássio Leitão (SP) apresenta múltiplas pinturas a partir de linhas e massas que foram elaboradas pelo autor simultaneamente e submergidas por planos e transparências. Em um processo de construção e desconstrução, é possível visualizar no conjunto do trabalho o equilíbrio entre o racional e abstração, onde pintura e suporte formam um complexo compensado.

Para Monica Tinoco, que assina o texto da exposição de Cássio, as pinturas remetem às conferências do escritor Italo Calvino que, a partir de textos literários, analisa o anseio contemporâneo em conter a totalidade do conhecimento do mundo, uma tentativa de compreendê-lo na multiplicidade de seus códigos.

“A série Compensado parece conter a virtude da multiplicidade, onde cada pintura, individualmente, possui um pensamento pictórico particular, próprio e interessante em que o artista não se atém ao fato, logo realiza outra pintura, já que um pensamento o levou a outro. Rapidamente ele tece uma teia de soluções pictóricas em composições de conotação e efeito variados; Uma longa pintura composta de pinturas breves”.

Never Ending Tour (Bob Dylan) traz ao público treze pinturas e nove desenhos do consagrado artista plástico brasileiro Luiz Aquila (RJ). A mostra busca a junção entre cor e desenho e usa tintas para deixar o rastro dos gestos superpostos em camadas e na busca das formas o que alimenta a sua produção.

“A obra de Aquila é acima de tudo fruto e celebração do ato de pintar, um processo que se instaura criando um universo próprio que propõe uma constante dialética entre organização e soltura, compreensão e tensão, fronteiras e invasões”, explica o escritor Lauro Cavalcanti.

A obra de Luiz Aquila está presente, entre outras, nas coleções do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Museu Nacional de Belas Artes, no Museu de Arte Contemporânea da USP/SP, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (coleção João Sattamini), no Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, no Ministério das Relações Exteriores, no Museu da Solidariedade Salvador Allende (San Tiago do Chile) e no Museu da Água de Lisboa (Portugal). Na abertura da exposição, o público poderá adquirir ainda o livro que reúne 50 anos de trabalho do artista.

Mário de Andrade: etnógrafo, fotógrafo, poeta, contemplada pelo edital dos Correios 2015, narra a paixão pelo Brasil através do olhar daquele que foi um dos maiores escritores do país, Mário de Andrade. A cultura e o povo brasileiro foram os grandes interesses do poeta que, em 1927, a fim de conhecer mais sobre essas duas paixões, percorreu o Norte do País munido de sua câmera Kodak e caderno de nota e assim ficou conhecido como Turista Aprendiz.

As fotografias trazidas do Norte revelam o homem, a paisagem, a arquitetura, os labores no campo com a cana, o café e o gado, populações ribeirinhas, o transporte de madeira e alimentos, aspectos da vida religiosa e as lidas femininas. Composições plásticas onde são fundidas informação, valor artístico e conhecimento, alinhavados pela ação do turista-etnógrafo à do fotógrafo-poeta; ou seja, fotografias que unificam registro documental ao fazer poético tão fundamental para o conhecimento de parte importante das práticas e do viver da Nação nos inícios do século XX.

Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 1893 – São Paulo, 1945) foi poeta, romancista, etnógrafo, fotógrafo, crítico de arte e musicólogo. Um dos intelectuais de maior envergadura, fundador do modernismo no Brasil e principal responsável pela realização da Semana de 1922, exerceu por meio de seus escritos e pesquisas grande influência nos estudos sobre a cultura popular e erudita brasileira.

Trabalhou como professor de música e colunista de jornais, sendo conhecido, sobretudo, como romancista e poeta, principalmente por seu romance Macunaíma. Foi diretor-fundador do Departamento de Cultura do Município de São Paulo, criador da Sociedade de Etnologia e Folclore de São Paulo e idealizador do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN.

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