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Exposição | Da Redação/Com Assessoria | 11/09/2013 11h47

Exposição "Lixo é Quase Nada" gera questionamentos

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O Sesc Horto, em Campo Grande, abriu, nesta segunda-feira (9), a mostra itinerante “Lixo é Quase Nada”, que tem o objetivo de informar, educar, gerar questionamentos e promover a consciência ambiental. A exposição, composta por materiais 100% recicláveis e reciclados, apresenta ao visitante o ciclo de formação e descarte do lixo, da produção ao tratamento, passando pela destinação e a identificação dos tipos de resíduos.

“Como se define o que é lixo? Será que tudo aquilo que descartamos pode ser considerado inútil? Quanto desperdiçamos diariamente?”, diz parte do texto que ilustra o primeiro painel.

Há dúvidas, mas também existem respostas prontas, que impressionam quem vai em busca de conhecimento ou resolve parar por simples curiosidade. Com ajuda de um computador, o visitante pode saber, por exemplo, a quantidade de lixo que produziu em toda a vida. Basta informar a idade e, pronto, o resultado está ali.

Em um ano, no Centro-Oeste, que fica em 3º lugar no ranking das regiões que mais produz resíduos, a média, por indivíduo, é de 456 quilos, o equivalente a 22 carrinhos de supermercado cheio.

Os mesmos 12 meses no Sudeste, que aparece como a região mais produtiva neste quesito, representa 471 quilos, ou seja, 23 carrinhos. No Sul, o estado que menos produz, um ano representa 323 quilos de lixo – 16 carrinhos de supermercado.

Impressiona saber, por exemplo, que o indivíduo, em 24 anos de vida, no Centro-Oeste, seja capaz de produzir quase 11 toneladas de lixo. Com o dobro da idade, são praticamente 22 toneladas. O sistema, que gera essa estatística de forma imediata, foi feito com base em um mapeamento que utilizou dados levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em todas as regiões do Brasil.

No restante dos painéis, mais informação: “O Brasil produz 91.936.368 toneladas de resíduos por ano, o equivalente a 10 estádios do Maracanã por mês”. Mas o que é lixo? “É aquilo que não tem valor nenhum. Toda ação humana produz sobras, detritos, resíduos. Em geral, os chamamos lixo”, diz o texto da mesma placa.

Chamamos de lixo e, em partes, o discurso está correto, mas nem tudo precisa ser descartado de forma indiscriminada. A prova de que o reaproveitamento, a reciclagem, é uma tendência cada vez mais forte pode ser conferido adiante, na seção de reuso e reutilização.

Na lista e em exposição, encontram-se as lentes de óculos que viraram abajur, as embalagens de balas e pirulitos que viraram objeto decorativo e a bolsa customizada com anéis de latinhas de refrigerante.

Lixo eletrônico - Se para algumas coisas há solução, para outras a saída ainda está sendo estudada e gera preocupação. É o caso do chamado “lixo eletrônico, que abrange o descarte de computadores, fotocopiadoras, aparelhos de som, telefones, cabos, lâmpadas eletrodomésticos, pilhas, baterias, entre outros.

“Na medida em que as novas tecnologias são criadas, igual número de resíduos da antiga tecnologia não terá destinação adequada. Por ano, o Brasil descarta 96,8 mil toneladas de PCs, 115 mil toneladas de geladeiras, 17,2 mil toneladas de impressoras e 2,2 toneladas de celulares.

Para o coordenador do projeto, Hamilton Perez Soares Correa, 48 anos, a explicação é simples: “É um problema do século XXI. Isso não estava previsto na agenda do século XX”, disse.

Conscientização - Assim como não é difícil dizer qual o problema, não faltam palavras para apontar uma solução. O início, no entanto, está na mudança, na conscientização. É essa a proposta da exposição.

Coordenador do projeto, Hamilton Perez, acredita que é difícil mudar, mas o caminho começa pela conscientização. (Foto: Cleber Gellio)Coordenador do projeto, Hamilton Perez, acredita que é difícil mudar, mas o caminho começa pela conscientização. (Foto: Cleber Gellio)A ideia, disse o coordenador, é levantar um questionamento sobre o comportamento social que se tem com relação ao descarte, mostrar que o “lixo é quase nada” e incitar uma filosofia simples, mas que dificilmente é aplicada: “recusar o excesso e reduzir o consumo”.

“O material pode voltar para a cadeia produtiva. Temos uma sociedade que aprendeu a ser consumista. Pessoas que tem 40 pares de sapatos, 20 bolsas. Um consumo que não reflete o comportamento sustentável”, afirmou, exemplificando.

É difícil, concordou, porque se trata de hábitos culturais, mas é possível. “Isso aqui é uma provocação. Nós provocamos as crianças, que provocam os pais”, disse, ao comentar que o a mostra tem sido visita por alunos.

A exposição “Lixo é Quase Nada”, pode ser visitada, por turmas de até 50 pessoas, até o dia 27 de setembro. É necessário agendar e, na hora, para entrar, cada visitante deve entregar uma garrafa pet vazia, limpa e sem rótulo, que será usada para construção de um brinquedo.

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