Exposição de Humberto Espíndola celebra a criação do Estado
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul inaugura nesta quarta-feira (9 de outubro), às 15 horas, no Centro Cultural José Octávio Guizzo a exposição “A Divisão do Estado Quadro a Quadro”, do artista plástico Humberto Espíndola, que celebra a criação de Mato Grosso do Sul. As obras da mostra fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea (MARCO).
Em 1978, ano da implantação do novo Estado, o artista plástico Humberto Espíndola, que já se firmara nacional e internacionalmente com sua bovinocultura, traduziu e sintetizou plasticamente a história em uma série de quadros. Enquanto narrador privilegiado, o artista campo-grandense que se encontrava em Cuiabá na época oferece um verdadeiro roteiro estético-histórico do fato, através da pintura, desafiando seus limites, reforçando a autonomia da linguagem artística e humanizando o sentimento popular.
A importância dessas obras não pode ser desprezada, uma vez que os quadros da série Divisão de Mato Grosso são parte fundamental da história e da cultura sul-mato-grossenses. Fiel à marca da Bovinocultura, Humberto Espíndola atribui ao boi o papel de narrador principal da história, manipulando suas máscaras, variando-lhes os sentidos de acordo com o contexto. A riqueza da linguagem das obras favorece a busca com persistência, garante a continuidade na incompletude, permitindo transgressões infinitas na travessia do sentido.
Humberto Espíndola é um dos responsáveis pela descentralização da arte brasileira, chamando a atenção da melhor crítica de arte brasileira para fora do eixo São Paulo-Rio. Com sua Bovinocultura falou da cultura e da gente mato-grossense para o Brasil e para o mundo através de seus prêmios nos mais importantes salões brasileiros e participações em bienais internacionais.
Atento a sua terra, Espíndola não deixou passar o episódio da Divisão de Mato Grosso sem um registro histórico para a iconografia de nossa cultura: sua série de oito obras abordando o assunto na época do fato político é o único documento plástico, constituindo-se em preciosa raridade para a cultura sul-mato-grossense como hoje o é, por exemplo, a obra "O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo; para o estudante brasileiro no episódio da Independência.
Serviço: O objetivo da exposição também é levar obras do Museu de Arte Contemporânea ao centro da cidade para aproximar o público do universo artístico do museu e oportunizar o acesso às obras de seu acervo, que hoje já somam mais de mil.
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3317-1795 ou no Centro Cultural José Octávio Guizzo, que fica localizado na Rua 26 de Agosto, 453, entre a Calógeras e a 14 de Julho.
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