Exposição | Da Redação/Com Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul | 19/11/2012 13h15

Biblioteca Isaías Paim homenageia Semana da Consciência Negra

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No mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra no País, a Biblioteca Pública Estadual “Dr. Isaías Paim” realiza exposição com obras históricas, biográficas e literárias sobre grandes figuras da cultura afro-descendente no Brasil e no mundo. Os negros africanos contribuíram durante a história nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso País. A exposição começa a partir de terça-feira (20) e ficará aberta ao público até 30 de novembro. 

Dentre os livros selecionados para a exposição, há um trabalho pioneiro da professora da UFMS e antropóloga Ana Lúcia Farah Valente, “Ser negro no Brasil hoje”, temos a obra “Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal” de um dos maiores geógrafos brasileiros, o baiano negro, de origem humilde, Milton Santos, professor emérito da USP, autor de diversos livros e artigos científicos na sua área e falecido precocemente, assim como O Negro Brasileiro, uma obra ensaística fundadora da pesquisa antropológica no Brasil, publicada pela primeira vez em 1934, de Arthur Ramos; Egressos do Cativeiro, 
um estudo sobre a escravidão no País, feita pelo historiador Roberto Guedes. 

Outro trabalho relevante foi "Os infames da História – Pobres, escravos e deficientes no Brasil", da psicóloga e historiadora Lilia Ferreira Lobo, que traça um paralelo entre a pobreza e a escravidão para explicar os estudos genealógicos que colocavam estes fatores como produtos de nossa deficiência. Há também o livro Racismo em Mente, organizado por Michael P. Levine, uma coletânea de textos que lança uma luz sobre um assunto tão presente ainda em nossa sociedade. 

Estudos sobre a questão do racismo no Brasil também estão em livros como “A Construção de uma Política de Promoção da Igualdade Racial: uma análise dos últimos 20 anos”, organizada por Luciana Jaccoud, assim como “As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil – 120 anos após a abolição”, organizada por Mário Theodoro, ambos publicados pelo Ipea. Há um manual de Identificação e Abordagem do Racismo Institucional, criado pelo Instituto AMMA Psique e Negritude, como uma metologia de combate ao racismo institucional no setor público e Um olhar negro sobre o Brasil – dezoito anos de Unegro, que trata de um racismo próprio, o racismo brasileiro, desenvolvido pela União de Negros pela Igualdade. 

Há também trabalhos do sociólogo e historiador social Gilberto Freyre, com obras basilares sobre o estudo da questão racial como “Casa Grande & Senzala” e “Sobrados e Mucambos”, que em um tom literário, retrata a realidade vivida pelos negros escravos no Brasil. Além destes, há o estudo feito pelo diplomata Alberto da Costa e Silva, que durante anos serviu na África, onde conheceu mais de 15 países e escreveu a obra “A Enxada e a Lança – a África antes dos Portugueses”, um tratado sobre o passado dos povos africanos e seu triste destino rumo à América como escravizados e da II Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora – II Ciad, o relatório final sobre “A Diáspora e o Renascimento Africano”, realizado em Salvador, na Bahia, em 2006. Há um guia, Consciência Negra do Brasil, organizado por Cuti e Maria das Dores Fernandes com os principais títulos sobre a questão racial no País.  

Há ainda o livro sobre o Museu Afro Brasil, com o acervo todo dedicado à cultura afro-brasileira nas artes plásticas e visuais, bem como material produzido pelo próprio museu como os dedicados a Theodoro Sampaio, “O sábio negro entre os brancos”  e sobre José do Patrocínio, um afro-brasileiro considerado o “Tigre da Abolição,” por ter encabeçado a grande luta abolicionista e ter ativamente participado da vida cultural brasileira como escritor, poeta, jornalista e inventor. Outro livro surpreendente é “O negro na fotografia brasileira do século XIX,” numa pesquisa histórica e fotográfica de George Ermakoff.

A exposição ficará aberta até o final do mês de novembro, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30.

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