Artesanato | Com FCMS | 22/08/2024 13h41

Esculturas de animais do Pantanal chamam atenção para sustentabilidade

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Com o objetivo de promover a sustentabilidade e fomentar um ciclo ambiental que beneficie a todos, o projeto S.I.R.I (Sustentabilidade, Interatividade, Reciclagem e Integração) inspira e educa através de obras de arte confeccionadas com materiais recicláveis, trazendo mais alegria e cor ao Festival de Inverno de Bonito, que começou nesta quarta-feira (21).

A iniciativa propõe transformar resíduos plásticos – como tampinhas, rótulos de garrafas, potes de requeijão e copos descartáveis – em obras de arte. Para o Festival de Inverno de Bonito, o projeto apresenta três esculturas de três metros de altura cada, representando animais emblemáticos do Pantanal: a onça-pintada, o tuiuiú e o peixe piraputanga. As obras foram confeccionadas principalmente com materiais coletados no litoral paulista.

A proposta é chamar a atenção para as mudanças climáticas que afetam esses animais. O peixe piraputanga, criado a partir de ferro-velho, convida à reflexão sobre o impacto na fauna e, consequentemente, na nossa alimentação. A escultura do tuiuiú, ave símbolo do Pantanal, foi renovada a partir de uma antiga escultura de baleia que havia sido exibida em Ilhabela. Já a escultura da onça-pintada surgiu da transformação de uma escultura anterior, um leão com asas utilizado em um carro alegórico pela escola de samba Águias de Ouro.

Para um dos artistas responsáveis pela obra, Igor Gramani Serra, 38 anos, de São Paulo, o momento é oportuno para discutir os impactos ambientais, e nada melhor do que fazê-lo por meio da arte reciclada.

“Escolhemos esses animais para destacar a rica fauna do estado de forma grandiosa. Utilizamos a arte para promover a sustentabilidade e mostrar a possibilidade de ressignificação dos materiais, revelando até onde o plástico pode chegar. Por exemplo, 32 mil tampinhas, que não passam de 30 segundos na mão de uma pessoa, transformadas em uma obra de arte, adquirem uma utilidade para vida inteira.”

Ele também ressalta a importância da obra ter sido ressignificada a partir de outras obras de arte. “A proposta é criar uma estrutura 100% ressignificada, sem utilizar materiais novos. Transformar os animais em novas formas está completamente alinhado com a ideia central de reutilização.”

Murilo Gabriel Viliczinski, estudante, de 18 anos, de São Bento do Sul, Santa Catarina, veio com pai e mãe e dois irmãos visitar Bonito com a família. “A reciclagem é muito importante porque já estamos em um mundo tão cheio de coisas ruins e poluição, então a reciclagem é um incentivo para as pessoas verem que com a reciclagem dá para fazer muita coisa. É a minha primeira vez aqui. Nós fazemos umas viagenzinhas nas férias de família, sempre visitando uma cidade diferente, e dessa vez escolhemos Bonito. Eu não fazia ideia que eram esses os animais simbólicos do pantanal. É muito legal os animais regionais e é muito bom aprender coisas novas”.

Além das obras de arte, o projeto S.I.R.I, traz para o festival o workshop plasticaria. O objetivo é mostrar outras possibilidades da reciclagem, além das esculturas, como porta copos, chaveiros e luminárias.

Economia circular

Marco Zarif, 30 anos, de São Paulo, também integrante do projeto S.I.R.I, exemplifica a forma como as obras de arte foram feitas. “Trouxemos também o nosso estande que explica um pouco da reciclagem do plástico. Parte do processo que a gente traz é a bicicleta trituradora. As pessoas conseguem entender que o plástico, o primeiro processo dele é triturar, virar grão, e depois vamos para a parte de injetar”.

“É uma máquina que injeta em moldes, então trouxemos o molde do chaveiro, porta-copos. Tem vários acessórios. Essa máquina é como se fosse uma seringa quente e o molde é a cavidade, então você injeta esse plástico derretido lá e quando seca vira uma peça. Aqui a pessoa entende realmente que esse plástico que eu estou jogando fora, realmente se eu reciclar, ele tem uma economia circular, ele tem uma segunda vida”.

Katia Celene Orona, 56, mora em Campo Grande e veio visitar o Festival de Bonito com a família. Ela ressalta como a reciclagem pode se tornar diversos produtos. “É muito interessante por conta da reciclagem do material que deu uma cara nova e uma finalidade diferente. E às vezes as pessoas fazem um artesanato que não é tão interessante, mas ali tem móveis, mobiliário, tem as luminárias, tem várias coisas interessantes. E é um trabalho muito artesanal, que até meu marido falou que de repente eles podem começar a fazer piso. E aí ele explicou que coloca na prensa, teve uns que ele derreteu mais, aí você não vê que são tampinhas, que é o que é utilizada a placa para as luminárias”.

As oficinas estão acontecendo na praça da Liberdade de Bonito, das 17h às 22h, até o final do festival. A oficina pretende exemplificar também como as obras foram feitas, com as prensas e chapas de plástico.

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