Feira de Artesanato traz à tona falta de investimento
Campo Grande (MS) - Está ocorrendo na Praça Ary Coelho até sábado uma feira de artesanato em função do Dia das Mães e junto com ela, uma questão importante vem à tona: A valorização do artesanato no Mato Grosso do Sul. O Ensaio Geral teve a oportunidade de entrevistar alguns artesãos, que destacaram a falta de investimentos no setor que é considerado uma das mais nobres maneiras de valorizar a cultura regional.
Clarice, 45 anos, está expondo seus trabalhos na Praça. Há 25 anos atrás, Clarice viu exposição de trabalhos manuais feitos a base de crochê, tricô e pano e resolveu comprar como amostra para ela mesma fazer. A artesã aprendeu tudo sozinha e a partir daí, resolveu levar o artesanato como trabalho profissional. Porém, acredita que falta muito investimento ainda no setor dentro do Mato Grosso do Sul, que enfrenta dificuldades. "Falta lugar para expor, se nos derem mais oportunidade, o movimento crescerá"
Nas outras tendas, a reinvidicação é um consenso geral entre os expositores e o reflexo disso é notado pelo movimento ameno nas compras das peças.
Artesão há 24 anos, Marcos Ortiz, 36 anos, trabalha com a chamada Pirografia há cerca de 9 anos - A modelidade do artesanato tem como base a escrita e o desenho com fogo em materiais rústicos, como o osso, chifre, couro, madeira e dente. Todos os desenhos e projetos artítiscos de Marcos, que não tem ajudantes, contém temas regionais. As figuras e o estilo em suas peças evidenciam o artesanato pantaneiro, enfoca em 67 ícones relacionados ao Mato Grosso do Sul além de contar com influência da arte indígena regional.
Ao ser questionado sobre o apoio de entidades municipais como a Fundação da Cultura ao artesanato no Mato Grosso do Sul, o artesão é enfático. "Tá longe de ser suficiente, só o espaço é oferecido, falta estrutura e valorização. Em outros estados, o artesão é tratado como pessoa com papel de mostrar a cultura regional.".Marcos acredita que o próprio artesão conta a história da região proveniente através do artesanato, divulgando assim a cultura do Estado. "Essa tematização feita através do artesanato é muito importante, pois o Mato Grosso do Sul é um estado novo, que não possui identidade ainda, e o que tem não tem divulgação"
Marcos ressalta que a região tem uma característica marcante, dentro e fora do Estado, que é ser conhecida apenas por ser terra de criação de gado e sertanejo. Em consequência falta o reconhecimento por parte da população. "Pra ter reconhecimento, tem que ir pra fora do estado porque a população daqui não tem o costume de comprar. No dia das mães, por exemplo, a maioria prefere comprar um produto que vem de fora, muitas vezes até de outro pais, do que uma peça da região, mais barata e se destaca por ser uma peça única, exclusiva."
As peças variam o preço de R$10 reais (como colares e lembrancinhas) a R$1500 reais como quadros com desenhos e peças maiores. Para quem quiser conhecer o trabalho do artesão, Marcoz Ortiz vende suas peças na Loja 14 da Praça dos Imigrantes, localizada na Rua Joaquim Murtinho e atende pelo email marcosortizanato@gmail.com - (67) 96174499
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