Teatro | Da redação | 28/03/2018 14h33

Fulano di Tal comemora 15 anos com Ópera do Malandro

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“Hoje é um dia especial para nós do Grupo Fulano di Tal, pois foi aqui neste palco que tudo começou, há 15 anos”, disse o diretor Marcelo Leite, após a encenação da “Ópera do Malandro”, na noite desta terça-feira, 28 de março, no Teatro Dom Bosco, durante a Mostra Sul-Mato-Grossense de Teatro e Circo – Boca de Cena 2018.

O Grupo comemorou seus 15 anos durante a Mostra, com a encenação da “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque. A peça conta a história de um cafetão de nome Duran (Samir Henrique), que se passa por um grande comerciante, e sua mulher Vitória (Manolo Schittcowisck), que do nome nada herdou, sendo uma cafetina que vivia da comercialização do corpo. Sua filha Teresinha (Gabriela Coniutti) é “apaixonada” por uma patente superior, Max Overseas (Yuri Tavares), que vive de golpes e conchavos com o chefe de polícia Chaves (Edner Gustavo). Também movimentam a história as prostitutas Fichinha (Lydiane Coimbra) e Shirleu (Andressa Bussolaro), além da travesti Geni (Vini Ferreira), que só serve para apanhar, cuspir e dar para qualquer um.

Chico Buarque escreveu a obra em 1978, durante a ditadura militar. “Ele não podia ser transparente, por isso se inspirou nos anos quarenta. Desde então nada mudou, estamos cansados de tudo o que está acontecendo. Mas a gente tem grandes chances de mudar isso. Queríamos encenar algo de contestação por conta do momento político que o Brasil está vivendo”, diz o diretor Marcelo Leite.

O Grupo Fulano di Tal já é veterano no Boca de Cena. Esta é a sétima vez que participa, e a quinta consecutiva. “É muito legal ver a evolução da Mostra, a quantidade dos grupos e o intercâmbio entre eles. É legal ver esse crescimento da Mostra, se consolidando, e lutamos para que aconteça sempre na Semana do Teatro. Quero agradecer à Fundação de Cultura, que organiza a Mostra, e também aos outros grupos que estão participando, ao iluminador, Douglas Caetano aos técnicos da Fundação e do Teatro Dom Bosco. Até domingo vamos ter teatro e circo de graça nesta cidade. Por favor, compareçam”, convida Marcelo.

O ator Manolo Schittcowisck, que também trabalha como diretor dos trabalhos do grupo, explica que para ele a data de apresentação do Fulano di Tal no Boca de Cena foi uma feliz coincidência. “Estou há sete anos em Campo Grande, vim para fazer o curso de Artes Cênicas na UEMS, completo 15 anos de carreira e também é comemorado 15 anos do grupo. Estou no Fulano há três anos, entrei por meio de uma leitura dramatizada da ‘Ópera do Malandro’ e depois houve um convite para fazer parte do grupo. Depois de dois anos, compartilho a direção com o Marcelo Leite, que sempre buscou parcerias. O grupo é horizontal, todos os atores trazem suas experiências para a sala de ensaio e cabe a nós, diretores, fazer a mediação”.

Para Manolo, o Boca de Cena traz uma experiência estética em que todos saem ganhando. “Se é teatro, se e esta coisa que é viva, só acontece quando ela é feita. Para o público é o que conta. A formação de plateia não é só quando é direcionada, com ações pontuais, tem que ter a continuidade. Se não tem teatro aqui, também não tem como o público vir. Essa experiência estética que o Boca de Cena traz faz todo mundo ganhar”.

Para quem também quer participar dessa experiência estética, a Mostra Boca de Cena traz espetáculos gratuitos de teatro e circo até o dia 1º de abril, próximo domingo.

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