Solidariedade | Da redação/com Campo Grande News | 25/07/2014 16h35

Grupo de ONG de Campo Grande vai para o Piauí trabalhar em projeto humanitário

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Campo Grande (MS) - A vontade de fazer o bem, ajudar o próximo e arrancar sorrisos fez com que um grupo de campo-grandenses deixasse Mato Grosso do Sul para uma viagem até Capitão Gervásio de Oliveira, no interior do Piauí, uma das regiões mais pobres e afastadas do país.

No município que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), conta com população estimada de 3.975 mil moradores, eles se reuniram com mais de 200 pessoas, de vários locais do Brasil, para uma missão humanitária, batizada de "Impacto Capitão Gervásio". Cada um pagou a própria viagem.


O projeto é das ONGs “Livre Ser”, que mantém abrigos em São Paulo e se dedica a cuidar de crianças abandonadas, vítimas da exclusão social, tráfico de órgão e prostituição infantil, entre outras situações, e da “Mais Aguá”, focada na distribuição de dessalinizadores, aparelhos que garantem a distribuição de água potável, sem o excesso de sal.


Na cidade, os voluntários instalaram os aparelhos em duas comunidades, mas também cantaram, tocaram, atuaram, se divertiram com as crianças, fizeram visitas de casa em casa, levaram atendimento médico-odontológico aos que necessitam, distribuíram cestas básicas, roupas e ergueram até uma igreja.

“Escolhemos essa localidade porque ela faz parte do polígono da seca, onde fica 3, 4 anos sem chover e onde as pessoas morrem por causa disso. É a região mais pobre do país”, explica o vice-presidente das organizações, o advogado Niutom Ribeiro Chaves Junior, de 38 anos.

O trabalho, explica, tem a duração de 10 dias contados e costuma acontecer nos meses de janeiro e julho. A experiência, desta vez, ainda não terminou, mas quem já retornou e viu de perto a dura realidade, tem dificuldade de expressar em palavras o que viveu.

Apesar de conhecer a iniciativa desde 2010, o pastor batista Mauro Clementino da Silva, de 55 anos, fez a viagem pela primeira vez e voltou maravilhado com a experiência. “Você vai pensando em ajudar, fazer alguma coisa que possa contribuir. Isso, de fato, acontece, mas a gente ganha muito mais. É impossível não mudar. Não acredito que alguém tenha voltado do mesmo jeito”, conta.

A dificuldade que os moradores tem para conseguir água chamou a atenção. “Aqui a gente nem pensa. Abre a torneira e ela já cai. Eles não. Precisam correr atrás”, observa. O olhar de cada um também ficou na memória.

“As crianças tem aquele olharzinho de 'será que alguém pensou em mim?', jovens e adolescentes ficam naquela de 'quando será a minha vez de sair daqui?', o adulto tem o olhar de desesperança e o idoso parece conformado a morrer naquele lugar”, descreve. “Ninguém pensa neles, em investir neles”, lamenta.

E “eles”, prosseguem, estão tão acostumados à situação que estranham a bondade. “Teve um senhorzinho que veio me agradecer. Apertou minha mão e disse: obrigado pela esmola que vocês deram para a gente. Eu falei que não era esmola, mas bençãos de Deus na vida deles”, relembra.

Niutom Ribeiro, o vice presidente das ONGs, comenta que relatos assim são frequentes. A realidade choca mesmo, mas ensina. “A miséria lá não é como nos grandes centros. É uma miséria, uma pobreza de oportunidade, de não conhecimento e total abandono. Todas as vezes que eu vou para lá volto com uma lição maior e me sentindo mais humano”, diz.

Para conhecer a ONG Livre Ser, clique aqui. A Mais Água ainda está sendo institucionalizada.

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