Solidariedade | Jeozadaque | 04/02/2010 13h11

Após Cidade do Natal, cultura espera presente em 2010

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Feliz 2010, muita saúde, felicidade e conquistas! É o que todos desejam durante a passagem do ano, mas, no caso da cultura campo-grandense é o que a população e a classe artística deseja com a aprovação do “Plano Municipal de Cultura”. Uma cena realmente memorável, o auditório da Câmara Municipal quase deserto, exceto pela participação de várias pessoas que foram reivindicar seus diretos durante a última sessão do ano de 2009. Apesar da falta de apoio, a cultura não ficou sozinha. É claro que houve a participação de alguns artistas e membros da sociedade civil, mas, a participação poderia ter sido melhor. Uma roda de capoeira mostrou aos vereadores que a cultura municipal é forte, unida e corajosa e a bateria compassada da Escola de Samba da Vila Carvalho, revelou toda a alegria e a agitação das manifestações culturais de Campo Grande. Com todos esses atributos é claro que o Plano Municipal de Cultura foi aprovado, por unanimidade, pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito Nelson Trad Filho. Agora, a tarefa será observar para que as leis sejam aplicadas corretamente e que o município possa desfrutar de mais ações culturais. Tirando o movimento do Plano Municipal de Cultura, quem recebeu toda a atenção do mês de dezembro foi a gigantesca, glamourosa e cara “Cidade do Natal”. O monumento que interditou a Avenida Afonso Pena ofuscou, no sentido de desviar a atenção, alguns patrimônios e ações culturais da Capital. Um exemplo foi a quebra da tradicional “Cantata de Natal, da Morada dos Baís”, uma ação cultuada desde 2005, que teve seu ciclo interrompido em 2009. O prédio recebeu a bela decoração de sempre, centenas de luzes que marcaram e destacaram a arquitetura de 1918, mas nenhum coro natalino. A ação na Morada dos Baís era uma cópia da Cantata de Natal, realizada nas janelas do banco HSBC de Curitiba, conhecida mundialmente. Como a estrutura da Morada lembrava o local curitibano, em 2005, o prefeito Nelson Trad Filho realizou a primeira edição, que seguiram nos anos posteriores, sendo interrompida em 2009. O belo cenário serviu apenas para iluminar a avenida e ser fotografado. Outro fato importante que passou despercebido, foi o aniversário de 18 anos do Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco). Em 2008, o museu recebeu de presente um belo recital, mas, no ano em que completou a maior idade e voltou a sediar o Salão de Artes de Mato Grosso do Sul, após um longo recesso de dez anos, o local não recebeu nada, nem mesmo uma cantata de aniversário. Quanto descaso com os monumentos e datas que são tão importantes para a cultura de Mato Grosso do Sul. Enquanto isso, a majestosa e irreverente “Cidade do Natal” ganhou publicidade, divulgação e a visita de milhares de pessoas, que se deslumbraram com estatuetas natalinas, cantatas, apresentações culturais e outras atividades. É claro que o local ficou bonito, digno de prender a atenção dos campo-grandenses e visitantes, mas as tradições culturais da cidade não poderiam ser menosprezadas. Agora que as festividades passaram, a praça será desmontada e a atenção voltará a ser dividida entre os monumentos, exposições artísticas e outras atrações culturais, até chegar o Natal de 2010, quando os holofotes voltarão para os altos da Avenida Afonso Pena, mas, como somos otimistas, vamos pensar que este ano será diferente e que os eventos culturais serão melhor conduzidos, sem ofuscar as tradições e as datas comemorativas. Esperamos que gostem da nossa segunda edição impressa e para quem ainda não conhece o site de cultura regional “Ensaio Geral”, vale a pena acessar www.ensaiogeral.com.br e conferir as notícias culturais do Estado. Caso tenham alguma sugestão podem nos enviar pelo e-mail: (redacao@ensaiogeral.com.br). Estamos aqui para trabalhar ao lado da cultura Sul-mato-grossense e a sua colaboração é muito importante. Luciana Navarro

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