Almir Sater canta “Coração do Brasil” em homenagem a MS
Compor “Coração do Brasil”, em homenagem aos 40 anos de criação de Mato Grosso do Sul, foi uma inspiração que veio espontaneamente junto com o instrumentista e velho amigo de infância e parceiro, Paulo Simões, que também estava na plateia, sem muitos holofotes.
Com agenda cheia, Almir Sater havia recusado a atender a um pedido para criar um jingle de celebração da data, mas “a música surgiu naturalmente, passeando na minha cabeça, como aquele espírito que quer reencarnar”, afirmou. Na época, ele estava envolvido na finalização do último disco, em parceria com Renato Teixeira, confessou o cantor e instrumentista sul-mato-grossense.
Ao apresentar oficialmente “Coração do Brasil” ao governador Reinaldo Azambuja e ao público em geral, na noite dessa quinta-feira (14.9), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, Almir Sater disse que “foi fácil” fazer a música porque ela traduz o sentimento de um sul-mato-grossense de nascer e viver em num Estado maravilhoso e privilegiado pelas suas belezas naturais. “Sinto-me gratificado por presentear um Estado que me trata tão bem com uma música que veio pronta, pra gente que é daqui, que gosta daqui”, comentou.
“Um Estado pujante”
O cantor da clássica “Tocando em Frente” também se emocionou ao falar de “Coração do Brasil” e contagiou o governador, com quem encontrou no palco do auditório Manoel de Barros antes do show, e o público. Reinaldo Azambuja lembrou que ouviu pela primeira vez a música na residência do secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, apresentada por Almir, e a aprovou integralmente por traduzir a grandeza “de um Estado que nasceu na pujança e se consolidou com a força de sua gente”.
O evento aberto ao público marcou o lançamento oficial pelo Governo do Estado do projeto dos 40 anos de Mato Grosso do Sul, criado em 11 de outubro de 1977 com a divisão territorial de Mato Grosso, e o cenário produzido desde a entrada do Centro de Convenções retratou um pouco das manifestações culturais e da mistura de raças que traduzem a identidade regional. Ali estavam o Ford Landau 1978, que serviu ao ex-governador Harry Amorim Costa, e representantes de várias etnias latinas e indígenas, além da estátua de Manoel de Barros.
No palco, presença de elementos que compõe essa miscigenação e dois telões, pelos quais o público ouviu e viu o vídeo, pela primeira vez, de “Coração do Brasil”, interpretada por Almir Sater, ao som de viola e participação da cantora Tamires Tannous em um dos versos. No show ao vivo, ela ganhou força harmônica com a acordeon e violões, instrumentos que integram a banda do cantor.
“Essa música arrepiou”
Almir Sater não cobrou direitos autorais pela composição ao Governo do Estado. Ele disse que a música, além da sua simbologia, acabou contribuindo para que se redimisse de um devaneio poético do passado quando compôs “Terra Boa”, onde um refrão da letra citava o Estado como “Sul de Mato Grosso”. “Aquilo ficou entalado, muitas pessoas não entenderam, mas agora posso falar Mato Grosso do Sul de boca cheia”, lembrou, em entrevista, onde confessou que, no início da longa discussão, foi contra a divisão de Mato Grosso.
“Eu gostava da grandeza territorial do Mato Grosso e acabou dividido por vários motivos, os quais entendi depois”, comentou. “Mas foi bom, Mato Grosso virou um celeiro de grãos, e o nosso Mato Grosso do Sul tornou-se uma mistura de celeiro com o encantamento pela preservação das nossas paisagens, o Pantanal, Bonito, Serra da Bodoquena, o rio Paraguai. Nosso Estado é especial, e acho que é realmente um grande coração, onde acolhe todas as pessoas, e esperamos que continue a preservar nossa natureza para as futuras gerações.”
O show de Almir Sater durou 1h20, onde o cantor apresentou composições autorais e clássicos, como “Kikio” (Geraldo Espindola), “Trem do Pantanal” (Geraldo Roca-Paulo Simões) e Chalana (Mário Zan-Arlindo Pinto), e novas que integram o premiado CD “Ar”, em parceria com Renato Teixeira, com o qual já gravou novo disco, o “+Ar”. Antes de interpretar “Chalana”, a pedido do público, para despedir-se do palco, cantou “Coração do Brasil” dedilhando uma pequena viola de seis cordas. “É uma música que arrepia, cumpre o seu papel”.
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