Projetos | UFMS | 16/09/2020 09h17

Projeto Deliarte da UFMS está com inscrições abertas

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Já imaginou fazer parte de um projeto que alia arte e saúde mental? Pois é, a UFMS pensou. O projeto Delirarte está com inscrições abertas para a oficina que têm início em 22 de setembro. As vagas são limitadas, sendo 20 para estudantes de graduação da Universidade e 10 para estudantes do Ensino Superior de outras instituições de Campo Grande. A iniciativa faz parte dos projetos aprovados pela Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte (Proece/ UFMS).

Podem se inscrever estudantes de graduação dos cursos de Psicologia, Medicina, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Terapia Ocupacional, Pedagogia, Artes, ou de outras áreas que tenham como linha de atuação e interesse pessoas com sofrimento mental.

Os encontros serão quinzenais, às terças-feiras, das 17h30 às 19h. As inscrições podem ser feitas aqui.

O Projeto – O Projeto Delirarte tem o objetivo de trabalhar a mistura do delírio com a arte. A iniciativa surgiu primeiramente da necessidade de incluir a pessoa com transtorno mental grave na sociedade.

“Estas pessoas historicamente estão excluídas do comércio, do trabalho, muitas vezes da saúde, da educação e do acesso à arte, aos patrimônios culturais, às produções culturais, por vezes são até impedidos de acessar estes tipos de serviços. O projeto vem em um primeiro momento tentar inserir esses sujeitos na arte e ao mesmo tempo valorizar uma linguagem que é muito importante no âmbito da loucura, a linguagem artística”, comenta Alberto Mesaque Martins, professor do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas da UFMS.

De acordo com o professor, o projeto procura trabalhar de outra forma a visão histórica que a sociedade tem do delírio. “A gente acredita que o delírio é algo patológico, é uma doença, é algo que a gente precisa conter tratar, medicar, e neste projeto tentaremos resgatar uma ideia de delírio como uma expressão criativa. Claro que existe uma dimensão da saúde mental, mas também tem um potencial de criação. Se pegarmos produções de grandes pintores como Van Gogh, ou na música, no teatro, na fotografia vamos perceber pessoas que organizam a realidade de uma forma diferente”, menciona o psicólogo.

Na visão do coordenador do projeto, o delírio é um assunto que precisa ser melhor elaborado até mesmo dentro das universidades. “A gente tem uma formação ainda que entende a loucura como algo patológico, inscrito no sofrimento, relacionado à alienação, ou muitas vezes infantilizamos muito esses sujeitos. E quase percebemos uma relação hierárquica entre os profissionais de saúde, como se o nosso modo de organizar a realidade fosse superior, melhor, mais adequado que o modo da loucura. Além disso, a formação ainda é muito livresca, conteudista, focada em prova, em leitura de textos e nem sempre abre espaço para este movimento de habilidades estéticas, artísticas e culturais também entre os estudantes”.

O projeto vai trabalhar com os dois grupos, de um lado os estudantes da área de saúde mental da UFMS e do outro os pacientes que são pessoas que ficaram institucionalizadas por muitos anos em hospitais psiquiátricos do estado.

A parceria entre a UFMS e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) vai atender os pacientes da residência terapêutica Moinhos de Vento, em Campo Grande. “A casa acolhe pessoas que moraram durante muitos anos em hospital psiquiátrico e, portanto tem transtornos mentais graves. Esses indivíduos não conseguiram retornar para as suas famílias de origem ou reestabelecer vínculos comunitários.

Neste momento, em razão da pandemia o projeto será realizado na UFMS por meio das tecnologias digitais com o uso do Google Meet e na Casa Moinhos de Vento seguindo todas as orientações do Plano de Biossegurança da Instituição.

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