Penitenciária da Capital oferece jogos e pinturas à reeducandos com transtornos mentais

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Pintura | Keila Oliveira - Agepen | 25/02/2022 09h39

Penitenciária da Capital oferece jogos e pinturas à reeducandos com transtornos mentais

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Teve início este mês a aplicação prática do projeto “(Re) viver atrás das grades: entre jogos, cine-arte, rabiscos e pinturas", que busca envolver os custodiados em medidas de segurança e com transtornos mentais em atividades como jogos pedagógicos, exibição de filmes e elaboração de poemas e trabalhos artísticos, além de atividades esportivas.

A cada risco no papel dos desenhos que desenvolvem, ou mesmo, no raciocínio exigido nas jogadas certeiras dos jogos de tabuleiro, o foco é proporcionar, mesmo que seja a médio e longo prazo, a melhora nos casos de ansiedade, com redução de surtos e adesão às terapêuticas já estabelecidas nas consultas médicas no presídio, bem como ajudar a amenizar a dor do abandono familiar, que muitos deles vivem, e demais restrições que possuem.

A iniciativa integra as ações de tratamento penal da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e é desenvolvida pelo Setor de Saúde do Estabelecimento Penal "Jair Ferreira de Carvalho" (EPJFC), a Máxima de Campo Grande, que é referência no Estado para atendimentos a pacientes que precisam de atenção voltada à psiquiatria.

Elaborado pela assistente social Maria Guiomar de Almeida, responsável pelo Setor de Saúde da penitenciária, o projeto tem ênfase na otimização do tempo livre, durante o banho de sol dos internos. As ações acontecem às terças e quintas-feiras, no início da tarde, e busca beneficiar, diretamente, cerca de 100 internos. "

Segundo a idealizadora, as atividades são voltadas a estimular o raciocínio e a concentração, vinculados à resolução de problemas, além de estimular a reflexão reflexivos e a socialização. "Isso auxilia no tratamento e reinserção social, pois leva valorização e motivação a eles, possibilitando um novo ânimo, além de trabalhar o cognitivo", afirma Maria Guiomar.

A assistente social destaca que a participação nas atividades é voluntária, mas que, com os encontros, percebe-se uma maior disposição em realizarem as atividades. "Alguns privados de liberdade não participaram do primeiro encontro, por apresentar dúvida sobre as atividades, ficaram na defensiva, observando no primeiro momento, mas já no segundo encontro obtivemos mais adesão de custodiados, apresentando estar mais soltos e espontâneos durante as atividades realizadas", comenta.

Para pôr em prática o projeto, a Máxima recebeu doações do Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 50ª Promotoria de Justiça e da Defensoria Pública do Estado (DPE), que repassaram jogos e materiais que estão sendo utilizados nas dinâmicas desenvolvidas.

A realização da iniciativa também conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar formada pela psicóloga Meliane Higa, a técnica de enfermagem Denise Bogado e o enfermeiro João Rosalino, além da participação de privados de liberdade que auxiliam nos trabalhos do setor de saúde da Máxima.

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