Outros | Jeozadaque | 14/01/2010 10h12

Campo Grande recebe apenas R$6,00/hab. para investimento em cultura

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A cultura é dependente de investimentos externos, sejam públicos ou privados. No caso dos espetáculos teatrais ou de dança, a venda de ingressos, mesmo com lotação máxima, não paga os custos com aluguel, iluminação e artistas, entre outros. O eixo Rio-São Paulo continua concentrando os maiores repasses do Minc (Ministério da Cultura) e Mato Grosso do Sul fica com uma quantidade menor de recursos. Enquanto no Rio de Janeiro a relação verba/população foi R$ 26,00 em 2009, Campo Grande recebeu apenas R$ 6,00 por habitante, segundo a Folha de São Paulo. No mesmo período, São Paulo recebeu R$ 15,40 por habitante e Salvador teve repasse de R$ 8,30 na mesma comparação. A produtora cultural Lu Bigatão, que tem 23 anos de carreira, avalia que os recursos são escassos diante da necessidade do setor em Mato Grosso do Sul, mas que a situação era pior antes da iniciativa do Minc de regionalizar os repasses. Ela explica que o setor áudio-visual do estado é o que encontra mais dificuldade de conseguir o patrocínio do Ministério por conta da concorrência com Brasília (DF). “A disputa é com todo o Centro-Oeste”, afirma. Para Lu, o ideal seria que as empresas públicas e privadas também regionalizassem os investimentos culturais. Para o músico Márcio de Camillo, que é um dos representantes do estado na Câmara Setorial de Música, artistas e produtores sul-mato-grossenses esbarram na falta de dinheiro porque são poucas as empresas locais com condições de patrocinar o setor. “Mato Grosso do Sul é um estado em desenvolvimento”, afirma. Márcio de Camillo acredita ainda que falta interlocução entre o governo federal e a classe política de Mato Grosso do Sul para a vinda de mais recursos para o setor. O ator e diretor de teatro Vitor Hugo Samudio, do Mercado Cênico, diz que os recursos que chegam a Mato Grosso do Sul são escassos, mas que parte da culpa é dos próprios artistas e produtores que quase não mandam projetos para Brasília. “Essa visão romântica não funciona. É chata a parte burocrática, mas tem que ser feita. Temos que mostrar que existe demanda”, diz. A perspectiva, no entanto, é de boas mudanças para o setor. Tramita no Congresso Nacional propostas importantes, entre elas a PEC 150, do deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG), que determina que municípios, estados e a União tenham um investimento mínimo em cultura. Se a proposta for aprovada, terão de ser aplicados obrigatoriamente no setor 1% dos orçamentos dos municípios; 1,5% dos estados e 2% do governo federal. Fonte: CGNews Da Redação

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