Destaques | Jeozadaque | 01/10/2009 17h25

Arquivos públicos guardam a história do povo sul-mato-grossense

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arquivo publico estadualPapéis velhos não combinam com o conteúdo que são armazenados pelos arquivos públicos de MS. Pelo contrário, ali está boa parte da história registrada neste Estado. Divididos, os arquivos contam um pouco mais sobre a formação de MS através dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. No centro da cidade, no primeiro piso do Memorial da Cultura e da Cidadania, funciona o Arquivo Público Estadual. Segundo o diretor do local,  Caciano Lima, este é um espaço dedicado à Administração Estadual. Antes sob a guarda da Secretaria de Administração (SAD), passou para tutela da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) em 2006. Lá é possível ter acesso ao arquivo da Companhia Mate Laranjeira, documentos de criação de municípios como Guia Lopes da Laguna, da Funai e da questão indígena a partir do ano de 1959, da Companhia Agrícola de Dourados (CAND) - que foi o primeiro assentamento agrícola federal do Brasil, em 1940, ainda no governo de Getúlio Vargas. Sobre ser da FCMS a guardiã das informações, Cassiano diz que “a ligação histórica passa pelo viés da cultura". "Todos têm tempo de vida. Os técnicos aplicam a tabela de temporalidade de documento para eliminar. Os de cunho permanente vêm para cá".  Mas segundo Caciano, na época da divisão do estados mato-grossenses do Norte e Sul muita coisa foi para Cuiabá: "Constituia-se novo Estado, com novo arquivo". O problema maior aparece agora: muitos servidores chegaram à idade de se aposentar, mas os papéis não existem. A única opção é ler diários oficiais da época. Parece fácil, porém até na edição da imprensa oficial o Estado evoluiu: antes se encontrava de tudo, até fotos de primeira dama distribuindo sacolão. E as publicações ainda eram feitas cinco, dez anos após as contratações, no caso de funcionários públicos. Propriedades - Sobre doações para o Arquivo Público, Cassiano diz que há uma política de aquisição, quando não são recebidos, são indicados para outros locais em que se "encaixam" melhor àquele acervo. "As pessoas gostam de vir visitar o arquivo, é fantástico", resume o diretor. Mostrando que há interesse público em ver as fotos. O fotógrafo Roberto Higa, por exemplo, acaba de passar cerca de cem fotos da época da criação de MS, em que tem entre outros, o registro da primeira "escada rolante", inaugurada nas Lojas Pernambucanas de Campo Grande, e de carnavais da década de 70. Outros poderes - No Tribunal de Justiça de MS, no Parque dos Poderes, funciona o Memorial e a Biblioteca, onde é possível ter acesso a mais de mil processos, divididas em 222 caixas. Funcionando ao lado do arquivo corrente do órgão, tem-se a vida funcional de desembargadores e juízes, fatos e processos históricos (civil e criminal) desde o século XVIII. Já a Assembleia Legislativa mantem junto à biblioteca documentos desde a constituinte, do renascimento da Casa, de 1979 para cá.  E não só professores ou pesquisadores podem ter acesso, os locais são abertos ao público em geral, afinal olhar a história é também construir o futuro. Caciano Lima, que é Especialista em Museologia, lembra que o "campo da arquivologia está em grande desenvolvimento, pois a forma de administração contemporânea ainda não solucionou a grande demanda de produção de papéis - documentos. Armazená-los, manuseá-los, restaurá-los ou eliminá-los ainda requer grande desempenho dos profissionais. Por isso, serão oferecidos mais cursos de formação nessa área para a comunidade e gestores municipais. Mais informações no Arquivo Público Estadual, que está instalado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro. Tem também o telefone (67)3316-9167 ou o e-mail: arquivopublicoms@gmail.com.   Texto e foto: Rosália Silva

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