Musical | O Estado MS | 04/09/2016 10h25

Jim em Campo Grande foca no legado do vocalista da banda The Doors

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Figura emblemática e icônica, James Douglas Morrison, ou Jim Morrison ainda instiga a curiosidade mesmo 45 anos após sua morte. Conhecido por performances intensas e teatrais, às vezes até chocantes para época e por letras recheadas de simbolismo, referências ao xamanismo e uma personalidade selvagem, o vocalista do The Doors, foi mais do que um cantor, compositor e poeta norte-americano. Influenciou e ainda influencia por meio de seu legado, e foi com a ideia de mostrar mais do que a faceta trágica de Morrison que o espetáculo Jim foi idealizado.

Sucesso de público e crítica, o musical estreia sua segunda turnê Vivo EnCena no Teatro Glauce Rocha, em Campo Grande com sessões nos dias 17, 18 e 19 de setembro. “Jim era um pensador, um filósofo. Suas palavras são perenes, não ficam datadas. O maior legado dele é a poesia, então se fizéssemos um musical biográfico convencional não estaríamos sendo fiéis ou coerentes com a obra dele”, revela o ator Eriberto Leão, protagonista do musical de Walter Daguerre.

Na trama, João está diante do túmulo de Jim, em Paris no cemitério Père-Lachaise, com uma arma em punho, para acertar as contas com o vocalista, que morreu antes de Mota o conhecer. Ele tem apenas uma bala, uma pequena peça de chumbo com a qual pretende transformar seu destino num jogo se azar. Seria um acontecimento simples, se não fosse a presença diabólica de Jim e a aparição de uma misteriosa mulher, interpretada por Renata Guida, que representa o feminino de diversas formasPamela Morrison (mulher de Jim), a mulher de João Mota e ainda a mãe Terra. A presença da personagem pode ser interpretada também como uma consciência intuitiva profunda de João.

Peça não é uma biografia e sim uma obra baseada na poesia de Jim

A montagem conta a história de um homem que não conheceu o vocalista do The Doors, mas teve sua vida pautada por suas ideias e ideais em uma abordagem que dá enfoque ao lado poético e simbolista de Morrison.

“Quando comecei a pesquisar, descobri um Jim Morrison que não imaginava e que muita gente não sabe quem é, então vimos que precisávamos trazer uma outra ideia do Jim para o público”, detalha Daguerre.

O espetáculo-show não biográfico, idealizado por Eriberto, dirigido por Paulo de Moraes e produzido pela Barata Comunicação, é inspirado na obra poética de Morrison foge do lugar comum mas ainda traz os maiores sucessos da banda como trilha. São 11 canções clássicas do The Doors, como “Ligth My Fire”, “The End”, “Riders on the Storm”, cantadas ao vivo por Eriberto. Em cena 2 atores e 3 músicos (teclado, guitarra e bateria).

“Queremos revelar o mundo interno de Jim. Não quero contar a história dele, interpretar sua biografia. A única coerência que me interessa é em relação à poesia do Jim. A grande luta da vida dele era para ser reconhecido como poeta”, relata Eriberto, que interpreta João Mota, um homem de quase 40 anos, que não conheceu Morrison pessoalmente, mas durante anos sonhou em seguir os passos do ídolo, como artista e ser humano. “São dois planos paralelos, Mota num acerto de contas com Jim, e o vocalista encarnado no personagem, que quer se matar, achando que foi isso que o ídolo fez”, destaca o director Paulo Moraes.

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