Museu | Da Redação/Com O Progresso | 24/09/2015 21h06

Marco reúne representantes de Pontos de Memória

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A 9ª Primavera dos Museus, que esse ano traz o tema “Museus e Memórias Indígenas”, realizou, na terça-feira, no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco), palestras e rodas de conversa ministradas por importantes representantes de Pontos de Memória e da museologia social do país.

O encontro contou com uma plateia formada por museólogos, historiadores, professores, produtores culturais e outros profissionais interessados no assunto, além da presença da secretária adjunta da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), Andréa Freire.

Inicialmente, a chefe da divisão de Museologia Social do Ibram/MinC, Raquel Teixeira, explicou alguns conceitos de museologia social e a importância de se valorizar a memória de grupos, povos e comunidades.

“Existem inúmeros núcleos constituídos pela sociedade civil de forma autônoma do poder público que devem ser geridos de forma participativa no seio das próprias comunidades para a identificação, pesquisa e promoção de seu patrimônio material e imaterial. A museologia social vem trazer o reconhecimento, a valorização e até proteção da memória social destes grupos, que tem seus diferenciais através de suas características históricas e culturais”, explica Raquel.

Na sequência, o representante do Museu de Favela – MUF (RJ), Sydney Tartaruga e o representante do Ponto de Memória do Taquaril (MG) e consultor do Programa Pontos de Memória, Wellington Pedro, realizaram uma roda de conversa com o tema “Museu, Memória e Cidadania”.

Depois de receber explicações sobre o que é e como funcionam os Pontos de Memória pelo país, a plateia ouviu um pouco da realidade local no estado do Rio de Janeiro, desde as dificuldades enfrentadas às conquistas realizadas.

“A crescente onda de violência imposta pelo tráfico de drogas tirou o saber popular, então reunimos grupos de moradores e voluntários, conseguimos parcerias, nos capacitamos, fizemos cursos na perspectiva de mostrar aos moradores e ao resto do Brasil que por lá não há só violência, mas sim muita cultura que deve ser preservada”, relata Sydney.

O Programa Pontos de Memória tem como objetivo apoiar ações e iniciativas de reconhecimento e valorização da memória social. Com metodologia participativa e dialógica, os Pontos trabalham a memória de forma dinâmica, como resultado de interações sociais e processos comunicacionais, os quais elegem aspectos do passado de acordo com as identidades e interesses dos componentes do grupo.

Estados como o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, e outros, já possuem dezenas de Pontos de Memória espalhados em diferentes grupos e comunidades. Em Mato Grosso do Sul, mesmo com a pluralidade cultural vasta e número crescente de comunidades específicas ainda não há um Pontos de Memória efetivado.

A Primavera dos Museus acontece anualmente desde 2007 e é uma ação conjunta de instituições museológicas de todo o país com o Instituto Brasileiro de Museus – Ibram. Em Mato Grosso do Sul as atividades começaram na segunda-feira e segue até sábado, sendo organizada pelo Sistema Estadual de Museus, vinculada à Gerência de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de MS ligada à Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação do Governo de Estado de MS.

O evento conta com parcerias como o Iphan, Museu das Culturas Dom Bosco, Casa da Ciência da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Museu de Arte Contemporânea, Museu da Imagem e do Som, Museu de Arqueologia da UFMS, Biblioteca Pública Isaías Paim. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3316-9163.

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