Destaques | Jeozadaque | 11/07/2011 14h43

Público do Festival de Inverno exibirá Lixo Extraordinário

Compartilhe:

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário de 2011, o filme “Lixo Extraordinário” estará na programação de cinema da 12ª edição de Festival de Inverno de Bonito. A exibição do filme acontece na sexta-feira (29), no auditório Kadweu, do Centro de Convenções da cidade. O documentário Lixo extraordinário relata a trajetória do lixo dispensado no Jardim Gramacho, maior aterro sanitário da América Latina localizado na periferia de Duque de Caxias (RJ), até ser transformado em arte pelas mãos do artista plástico Vik Muniz e seguir para prestigiadas casas de leilões internacionais. Alguns catadores com quem Muniz se reuniu vêm de famílias que estão há três gerações no lixo e vivem à margem da sociedade. "Eu esperava ver pessoas destruídas, mas eles eram sobreviventes", diz Vik, que rapidamente começou a trabalhar com os catadores, que ajudaram a fazer seus próprios retratos. “A maior dificuldade foi encontrar o fio narrativo do filme, conseguir, sem ser piegas ou didático, contar a história de como a Arte pode tocar a vida daqueles que nunca imaginaram chegar perto dela”, afirma codiretor de Lixo Extraordinário, João Jardim. O filme consagrado pelo público como melhor documentário em festivais como Sundance, Berlim e Paulínia vai encantar o público de Bonito tanto pela história como pela singularidade das personagens, como Tião, um rapaz cheio de dignidade e que ocupa o cargo de presidente da Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim (ACAMJG), e Zumbi, catador que resgata os livros do lixão e acabou montando uma biblioteca com os exemplares. “O que é especial no filme são os personagens e a maneira como eles são revelados, através do Vik, ao longo da obra. As pessoas que encontramos no Jardim Gramacho eram surpreendentes, inteligentes e generosas e se transformaram na alma do filme”, explica a cineasta Karen Harley, que participou da produção do documentário. Lixo extraordinário tem direção conjunta de João Jardim, que também produziu os filmes Janela da Alma e Pro Dia Nascer Feliz, além da cineasta Karen Harley e da documentarista inglesa Lucy Walker. Localizado na extremidade norte da Baía de Guanabara, em frente à estátua do Cristo Redentor, o aterro metropolitano de Jardim Gramacho recebe toneladas diárias de lixo produzidas pelo Rio de Janeiro e áreas adjacentes. Fundado em 1970 como uma instalação de resíduos sanitários, o aterro transformou-se em moradia para uma comunidade de catadores durante as crises econômicas dos anos 70 e 80. Ao redor do aterro formou-se a favela do Jardim Gramacho, que tem uma economia totalmente dependente do comércio de materiais recicláveis. Os trabalhadores removem diariamente toneladas de materiais recicláveis. Assim eles prolongam a vida do aterro, eliminando materiais que teriam sido enterrados e contribuem para o lixão ter uma das taxas de reciclagem mais elevadas do mundo. O aterro sanitário do Jardim Gramacho está previsto para fechar em 2012 e grupos como a ACAMJG estão lutando para aumentar o apoio e fornecer capacitação para os catadores. Da Redação

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS