Literatura | Jeozadaque | 27/03/2012 11h30

"Prosa Douradense”: Um jeito diferente de contar a história da cidade de forma lúdica e poética

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A partir de agora, professores, educadores, poetas, jornalistas, atores e até mesmo o cidadão comum passarão a contar com um importante instrumento para pode contar de uma forma diferente, divertida, lúdica e poética a história do município de Dourados desde a sua formação até os dias atuais. A novidade será lançada nesta quarta-feira (28), às 20h, no Bazar de Poesia, na Rua Mato Grosso, 2070. Com um coquetel de lançamento do projeto cultural com o livro “Uma Prosa Douradense” do poeta e historiador Carlos Magno Mieres Amarilha. O sarau literário contará com música ao vivo de violão e harpa, poesia, artesanato sul-mato-grossense e artes plásticas. O artista plástico Ariovaldo Ortiz brindará o público com uma pintura em tela ao vivo. Para Amarilha, “Uma Prosa Douradense” é uma conversa um relembrar sobre a cidade de Dourados. Ícones de lembranças do passado que são descongelados da memória para o tempo presente. O projeto “Uma Prosa Douradense” tem como meta proporcionar debates sobre o conhecer, o desconhecer e o reconhecer do que é “ser douradense”. Enquanto cidade, região, espaço, ambiente, história, memória. O que pertence e o que não pertence ao município de Dourados. A prosa lembra os tempos de corridas de cavalos do qual era a diversão exclusiva dos homens, do namoro, do baile, do casamento, dos castigos das escolas de antigamente, os costumes dos fazendeiros e agregados, da Coluna Prestes, do aeroporto da Cabeceira Alegre, das viagens das carretas que traziam as mercadorias pelos mascates de Concepcion, Vila Rica e Ponta Porã. A formação da cidade, a CAND, a chegada de nordestinos de trem em Itahum e depois de Jardineira até a cidade e ficar em uma pensão, do carroceiro que vendia pão, bucho e leite. Amarilha afirma que o “ser douradense” é uma mistura de culturas, por isso é híbrida, que negocia com outras culturas. Há influência da cultura do paraguaio, indígena, nordestino, gaúcho, mineiro, paulista, paranaense, catarinense, japonês, português, árabes, mato-grossense, sul-mato-grossense e muitos outros brasileiros. “Podemos perceber que há indícios de que os moradores da cidade de Dourados sempre souberam lidar com “o diferente”, nesse sentido, somos plurais, oriundos de múltiplas culturas, que vão formando um rosto, uma cara, um ser douradense múltiplo, mas nada de definido, o ser douradense está sempre em construção”, conclui Amarilha. O artista plástico Ariovaldo Ortiz que pintou a tela da capa do livro com as cores da bandeira de Dourados, Azul, Amarelo e Branco, “O colono segurando cuia de tereré, com as cores de Dourados, no alicerce a representação dos distritos, as vilas, as cidades, todas construídas com o suor das mãos dos colonos nordestinos, dos indígenas e dos paraguaios”. O Azul do céu anil, com as nuvens (água) para colocar no tereré bem gelado e degustar o seu sabor delicioso da região, para trazer a chuva e irrigar nossa agricultura e colorir nossa cidade de coisas boas. O Amarelo, cor do sol, de ouro, que brilha e reluz; cor da nossa bandeira, da riqueza, do dia a dia, da luta, da vida. O Verde é resultado do Azul com Amarelo. É a erva-mate que significa a colheita, a safra, o proveito do fruto do trabalho, do solo fértil, da mão do homem que trabalha na terra para cultivar, da mão que desbravou toda a nossa mata nativa de erva-mate e madeira de lei com a força do machado, foice e facão, para plantar milho, mandioca, arroz, feijão, soja, cana, eucalipto e outros. Por isso, a representação do tereré que significa degustar o que se plantou, brindar a amizade, o tereré como costume peculiar da região e símbolo da terra boa para agricultura. Os canteiros com o verde-amarelo são a seara da terra dadivosa onde moram milhares de seres humanos”, definiu Ariovaldo Ortiz. Segundo o escritor Athayde Nery de Freitas Júnior em Uma Prosa Douradense os poemas são um “reviver” a vila, o povoado, o distrito, o patrimônio de Dourados, as aventuras, as desventuras do cotidiano das pessoas que residiam em Dourados nos vários períodos de sua história contemporânea. A prosa é uma luta constante pelo valor histórico da cidade, da busca de identidades, de representações com a “cara” de seus moradores, observa Freitas Júnior, esta prosa poética, são tentativas de o poeta revisitar lembranças boas das pessoas que habitam a cidade, o “jeito” de “falar”, o “particular”, de “ser” do “douradense”, das manias, dos hábitos peculiares de determinado tempo do passado ou mesmo do tempo presente, um reconhecimento das múltiplas culturas dos povos que habitaram e habitam a cidade de Dourados proporcionando uma cidade de diversas cores no olhar do poeta. Uma Dourados antiga e atual. Sonhos, dores, amores, costumes, hábitos, rotinas, curiosidades, ou seja, um cantar só das coisas da cidade de Dourados. O Projeto Cultural “Uma Prosa Douradense” vem cantar as identidades culturais da cidade de Dourados, já que apresenta o “douradense”, com as suas peculiaridades e particularidades próprias, de um determinado tempo do passado apresentado no tempo presente. Da Redação/Com Capital News

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