Escola municipal promove projeto Roda de Leitura com Tereré
Preparar o tereré bem gelado e sentar-se com amigos e colegas não é sinônimo somente de prosear ou mesmo de se refrescar, na Escola Municipal Fauze Gattas Filho vai mais além. Nessa escola, o tereré é também um estímulo à leiturade bons livros e ao desenvolvimento da educação.
A escola localizada no bairro Nova Campo Grande, na Região Urbana do Imbirussu, mantém o projeto “Roda de Leitura com Tereré”, com a participação de professores e alunos com o intuito de levar a bebida como forma de interação e ajuda no processo educativo dos alunos na alfabetização.
O projeto acontece uma vez por semana quando os alunos do primeiro ano são apadrinhados por alunos do sétimo ano. A ideia é criar um vínculo entre os estudantes e os padrinhos buscando desenvolver estratégias para que os alunos possam melhor se apropriarem do código da escrita e da leitura.
Outro ponto importante é o relacionamento dos alunos dos últimos anos do ensino fundamental e alunos do 1º ano no processo de desenvolvimento das habilidades de leitura despertando o prazer e interesse nos livros. A intenção do projeto é também promover atividades para o aprendizado da base alfabética e a ideia é ter o padrinho como mediador do processo de leitura. A iniciativa vai além e busca ainda promover a cooperação entre alunos dos anos iniciais com os alunos dos anos finais por meio da leitura e motivá-los a conhecer as tradições da cultura local e valorizar e resgatar a cultura regional.
O projeto iniciou há quatro anos com a ideia de trabalhar a cidadania, a cultura e o meio ambiente. Segundo a coordenadora do trabalho, professora Silvia Regina Marcussi, na época ela começou com a turma dela, do 2º ano e otereré veio junto, já que é uma bebida tradicional de Mato Grosso do Sul.
O tereré, com sua tradição e história, atendia as intenções do projeto. “Entre outras atividades realizadas, sentávamos em roda à sombra de uma árvore, onde eu fazia a leitura enquanto tomávamos tereré e isso despertou o interesse dealguns alunos maiores, na ocasião do 9º ano que vinham e pediam para tomar tereré também e eram bem-vindos àroda. Aproveitava a oportundade pedir a eles que fizessem uma leitura para os meus alunos, o que era atendido com muita tranquilidade e prazer e isso chamou minha atenção”.
Embaixo da árvore
O lugar escolhido para prática do projeto, de acordo com a professora Sílvia, é bem em frente às salas dos alunos deoutras turmas e embaixo de uma árvore. As crianças levam cadeiras e todos se acomodam confortavelmente. Também foi providenciada a colocação de alguns bancos. Nos dias de chuva a roda acontece em sala ou no refeitório.
A aluna do sétimo ano, Ingrid Martins Ortega Lima, participante do projeto entrou na Roda de Tereré e gostou de ser madrinha de outra criança, nesse caso de um aluno com necessidade especial. “Eu gosto de tereré e gosto de estar aqui na roda, a gente lê e ajuda”, comentou.
Para montar a Roda de Tereré entre padrinhos e afilhados, a escola divulgou aos alunos o processo de seleção em três turmas de 7º ano e duas turmas de 8º ano. Depois de selecionados os padrinhos, as professoras explicaram como funcionaria o projeto.
Para a apresentação dos livros, a coordenadora juntamente com outros professores que aderiram ao projeto organizou uma Caixa contendo livros infantis com histórias e ilustrações. Para isso contou com parceria com técnicos da biblioteca que separaram os livros e as rodas levando em conta a idade e o ano cursado pelo aluno.
Além do trabalho de leitura, os alunos recebem responsabilidades que vão desde a organização para buscar os livros na caixa com a coordenadora até mesmo anotar na ficha o livro que o colega pegou para que não se repita o livro já lido na Roda. “Os alunos são responsáveis por preparar e servir o tereré e após a roda recolhem os livros, fazem a higienização da guampa e da bomba”, explicou.
Oficina
Outra ação que faz parte deste projeto é a oficina de artesanato para confecção das guampas e de bijuterias dentro da escola. A coordenadora explica que junto com a leitura, a ideia é abordar sobre a preservação do meio ambiente, abrangendo os 3R de Reduzir, Reutilizar e Reciclar. “Com base neste conceito e nas dúvidas dos alunos em relação à cultura do tereré resolvemos criar uma oficina de confecção de guampas a partir de retalhos do chifre”, completou.
A Oficina tem a orientação da professora e artesã especializada em chifre bovino, Irene Ferreira da Silva. Ela conta que a oficina surgiu a partir da própria roda de tereré e das dúvidas quanto a origem da guampa e o material de que éfeita. “Os alunos passaram a conhecer o processo de produção da guampa e sua história ”, pontuou
A artesã destaca que a reação das crianças foi muito positiva ao saber que iriam aprender a confeccionar uma guampa e produzir uma bijuteria. “Quando passamos a técnica, eles gostaram do aprendizado e reagiram muito bem aos novos conhecimentos”, avaliou.
Para adquirir os materiais, a coordenadora do projeto relatou que toda a matéria-prima oriunda de animais bovinos édoação feita por frigoríficos da região e a erva de tereré também é um produto doado. “Pegamos o chifre bruto. A primeira etapa de tratamento da peça é terceirizada porque é um maquinário pesado e eu não levo pra eles, só levo para a oficina e mostro como funciona. O polimento final é feito na escola com os alunos”, ressaltou.
Cotidiano
Com o passar do tempo muito alunos da escola Fauze Gattas Filho criaram o hábito tomar a bebida e a leitura foi incorporada ao cotidiano delas. “O foco principal foi despertar o gosto, prazer e interesse pela leitura. O resultado tem sido muito bom : alunos lendo mais, melhoria na produção de textos e fortalecimento da cultura regional junto aos alunos”, concluiu a professora Sílvia.
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