Cinema | Jeozadaque | 16/09/2008 12h47

Mostra Internacional de Cinema homenageia "Ingmar Bergman"

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Um ano após a morte do cineasta sueco, quando ele completaria 90 anos, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo prepara um tributo à altura do mestre europeu: uma retrospectiva de filmes raros, uma exposição fotográfica e, em parceria com a editora Cosac Naify, o relançamento de uma autobiografia do diretor.   "Os 90 anos são uma boa desculpa para homenagear Ingmar Bergman. Ele é um autor eterno. Sempre que o revemos, descobrimos novos elementos, novas nuances em sua obra", afirma Leon Cakoff, diretor da Mostra, que fará sua 32ª edição de 16 a 30 de outubro. A retrospectiva trará ao Brasil filmes atualmente indisponíveis em DVD no país. "Nosso critério de seleção privilegiou obras pouco vistas por aqui, difíceis de encontrar", diz Renata de Almeida, co-diretora do festival. Ou seja, ficam de fora clássicos como "O Sétimo Selo" (1956), "Morangos Silvestres" (1957) e "Gritos e Sussurros" (1973), títulos sempre presentes em ciclos dedicados ao cineasta. E entram longas como "Crise" e "Chove em Nosso Amor", ambos de 1946, os primeiros dirigidos por Bergman. "No começo, Bergman tentou vários estilos, mas a linguagem que predomina nos anos 40 e 50 é mais expressionista, inspirada por Michael Curtiz ("Casablanca", 1942), entre outros. É um cinema de sombras e fortes contrastes entre branco e preto, especialmente em interiores", analisa Fredrik Gustafsson, coordenador da obra de Bergman no Instituto Sueco, órgão público de difusão da cultura sueca no mundo. Em 2007, Gustafsson supervisionou a produção de cópias novas, em 35 mm, de todos os filmes do cineasta. "Só não fizemos de um, "Isto Não Aconteceria Aqui", thriller de espionagem de 1950 que Bergman sempre detestou e que ele dizia que nunca deveria ser mostrado." São essas cópias que virão ao Brasil. Até o momento, dez títulos estão confirmados, mas outros devem entrar, inclusive uma divertida série de comerciais que o diretor fez para a marca de sabonete Bris em 1951. Além dos longas, a Mostra apresentará a exposição "Meus Encontros com Bergman", seleção de registros que o fotógrafo sueco Ove Wallin fez do cineasta entre as décadas de 50 e 80 -sempre durante filmagens. A série foi exibida pela primeira vez em junho, em Estocolmo, e ficou em cartaz em Tóquio no mês seguinte. Lanterna Mágica Ainda durante a Mostra de SP, voltará às livrarias "Lanterna Mágica", obra de memórias de 1987 em que Bergman escreve sobre episódios como a infância conturbada, o contato com a Alemanha nazista na adolescência, as crises amorosas, o trabalho no teatro. Focada na vida pessoal, é peça obrigatória para entender os temas centrais da obra do cineasta. A primeira edição brasileira, lançada em 1988 pela Guanabara, está esgotada há mais de uma década. A nova terá tradução a partir dos originais suecos por Magali Garcindo de Sá, imagens do cineasta em locações e, provavelmente, artigos de Woody Allen e Mikael Timm, autor de uma biografia de Bergman. Com capa dura e 320 páginas, editado pela Cosac Naify em sua coleção da Mostra, o livro custará R$ 59.  Fonte: Site BBC News

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