Geral | Da Redação/Com Ministério da Cultura | 14/05/2015 11h23

“Quanto mais cultura, mais desenvolvimento humano”, diz Juca Ferreira

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Com a presença de artistas, gestores, produtores e fazedores de cultura do Recôncavo Baiano, foi realizada, nesta quarta-feira (13), roda de conversa no Teatro Dona Canô, em Santo Amaro (BA). O debate faz parte da Caravana da Cultura, projeto criado pelo Ministério da Cultura (MinC) com o objetivo de estreitar laços e ouvir demandas de artistas e gestores culturais de todo o País. 

Entre as principais demandas apresentadas pelo público estiveram o lançamento de mais editais da área cultural para o Recôncavo Baiano, ações para resgate de movimentos negros na região, o auxílio na interlocução com agências de fomento para pesquisas nas áreas culturais, a recuperação de prédios históricos de Santo Amaro, a criação de um fórum permanente de cultura do Recôncavo, o apoio do Estado a artistas locais e a necessidade de unir União, estado e municípios para incentivar políticas culturais na cidade.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, destacou a necessidade de se pensar a cultura da forma mais ampla possível. "O território da cultura é vasto e, quanto mais cultura, mais desenvolvimento humano", enfatizou. Juca também enfatizou a importância de se ouvir a sociedade para a formulação de políticas públicas. "O Ministério da Cultura não acredita em gestão cultural dentro de gabinete. Precisamos assumir os conflitos, críticas e construir juntos", afirmou.

Outro tema destacado pelo ministro foi a necessidade de se apoiar as mais de 100 mil iniciativas culturais existentes nos terreiros de matriz africana. "Pensar no conjunto é que dá possibilidade de se relacionar com a grandeza cultural deste país". Juca Ferreira criticou, ainda, o fato de quererem exigir formação em educação física para os mestres de capoeira. "É um crime cultural que esvazia uma das manifestações mais complexas deste país".

Juca Ferreira também referiu-se à data de hoje (13 de maio), quando se comemora 127 anos da abolição da escravatura, e destacou que a cultura produz sentimento de liberdade. "A mancha da escravidão ainda está na rua e é preciso enfrentá-la", afirmou.

O secretário do Audiovisual do MinC, Pola Ribeiro, se disse favorável à criação – sugerida pela plateia – de um fórum permanente de cultura que reúna, entre outros, prefeitos da região do Recôncavo. "Aqui em Santo Amaro tem forças importantes, mas está faltando uma costura, que pode ser feita por esse fórum", afirmou. "Antes do dinheiro, é preciso ter projeto e vontade de fazer", acrescentou.

A presidenta do Iphan, Jurema Machado, destacou que Santo Amaro é uma das 44 cidades que serão beneficiadas com recursos do PAC Cidades Históricas. "Estão previstos investimentos de R$ 31 milhões nas cidades do Recôncavo Baiano", informou. 

A secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes, anunciou o lançamento, ainda neste semestre, de editais para Pontos de Cultura Indígena e Pontos de Mídia Livre. Ela também pediu apoio dos participantes no mapeamento de entidades com potencial para se autocadastrarem como Pontos de Cultura. Outro tema levantado por Ivana foi a titulação dos mestres de cultura popular. "Eles precisam ter uma titulação nos mesmos patamares dos mestres e doutores da universidade".

Para o secretário de Cultura de Santo Amaro, Rodrigo Velloso, o momento é propício ao crescimento do setor cultural do município. "Quando me chamaram para ser secretário, me assustei, porque não é fácil. Vamos juntar forças e, com o amor que tenho por esta cidade, fazer com que ela cresça e chegue aonde merece", afirmou.

O secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal, elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela atual gestão do Ministério da Cultura e adiantou que irá incluir instituições de matriz africana no Programa de Apoio a Ações Continuadas de Instituições Culturais, possibilitando que elas recebam recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia. Ele enfatizou, ainda, que "a cultura não é o que entra pelos olhos e pelos ouvidos, mas o que transforma o jeito de ouvir e de olhar". 
Para o secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino, o patrimônio arquitetônico e a cultura são diferenciais para o turismo do estado. "As pessoas falam da Bahia pela cultura. Somos o berço cultural do país. Temos manifestações que encantam o mundo inteiro", afirmou.

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