Geral | Da redação | 27/08/2018 09h21

Música, teatro e troca de conhecimentos marcam Dose de Ciência

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De maneira descontraída, o consumismo atual virou assunto de bate-papo no bar Salomé, em Campo Grande, durante a segunda edição do evento Dose de Ciência promovido pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Na noite desta quinta-feira (23), o debate foi mediado pelo Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional da Instituição, Gillianno Mazzetto, e participaram os professores Josemar Campos Maciel, filósofo, doutor em Psicologia e pós-doutor em Estudos Culturais, e Thiago Müller da Silva, publicitário e doutorando em Psicologia.

Desta vez, a indagação “Por que compro aquilo que não preciso com o dinheiro que não tenho?” foi o que norteou a discussão. Josemar trouxe como reflexão, o fato de que tudo o que o ser humano tornou-se hoje se resume na palavra “consumidor” e que é preciso discutir o sentido da vida. Já Thiago, pontuou de que maneira as pessoas são persuadidas pelas propagandas e as estratégias utilizadas pelas empresas para convencer alguém de que precisa adquirir determinado produto.

Além de questionarem a relação não saudável entre as pessoas e as coisas, outro ponto abordado foi a objetivação do próprio ser humano em um cenário que exige “parecer ter para ser”. Junto com o posicionamento dos especialistas, este aspecto foi retratado de forma irreverente por uma performance teatral em que quatro acadêmicos de Publicidade e Propaganda da Católica simularam uma briga entre personagens que representavam diferentes tipos de relação com o consumo e depois recitaram a poesia "Eu etiqueta" de Carlos Drummond de Andrade.

“Quisemos trazer uma reflexão para as pessoas sobre como está a sociedade atualmente. O que vemos é um monte de gente que sai de casa, muitas vezes não para se divertir, mas para se mostrar. Aquele pensamento de que ‘todo mundo tem que prestar atenção em mim’ ou então ‘olha só onde eu estou’, na maioria das vezes predomina. Temos uma crise de identidade em que, a todo momento, a pessoa deixa de ser quem ela é para se tornar alguém que os outros querem que ela seja”, comentou um dos participantes da peça Pedro Martins Santos, de 21 anos.

Para Penélope Herradon, de 19 anos, que também encenou, mais do que provocar o público a pensar sobre o assunto, a elaboração da peça trouxe um enriquecimento enquanto futura publicitária. “Foi uma experiência extracurricular que a gente teve, porque já tínhamos visto isso em sala de aula e, a partir do momento em que nos reunimos e construímos a peça, pudemos colocar o aprendizado em prática”, pontuou a acadêmica. Outra maneira de promover a reflexão sobre o tema foi por meio da música “Pecado Capital” de Paulinho da Viola, apresentada na data por um músico convidado.

Sobre o Dose de Ciência

Com a proposta de levar ao público em geral a discussão de temas científicos relevantes para a sociedade de forma divertida e em ambientes descontraídos, o Dose de Ciência foi criado em junho deste ano. Na primeira edição, realizada no mesmo mês, o encontro foi na Cervejaria Prosa e trouxe como assunto principal “Cérebros artificiais também enlouquecem!”.

Para quem participou das duas edições, como a acadêmica do 2º semestre de Psicologia Aline Copelli, 26 anos, o evento cumpre com o intuito de aproximar as pessoas do conhecimento que é produzido na academia: “Eu acho muito melhor esse encontro ser em um ambiente assim, porque na maioria das vezes em outros locais esses temas são apresentados de uma maneira chata, diferente daqui. Ao debater esses assuntos científicos de uma forma descontraída e em uma linguagem mais popular faz com que as pessoas compreendam muito mais aquilo que está sendo falado e, o melhor, que se interessem realmente sobre o tema e queiram aprender mais”.

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