Lançado no Rio novo ciclo do Cultura e Pensamento
Uma nova fase começa para o programa Cultura e Pensamento, desenvolvido pelo Ministério da Cultura (MinC). O lançamento ocorreu na noite de terça-feira, 22 de setembro, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no bairro do Flamengo, na Zona Sul carioca. A cerimônia contou com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira, de representantes do Sistema MinC e do meio acadêmico. A programação foi aberta pelo grupo Sôdade Brasilis, que apresentou um repertório de clássicos do choro.
Em seu segundo ciclo, o Cultura e Pensamento pretende criar um ambiente favorável à interlocução entre diversas visões do segmento, abrindo espaço para grupos, movimentos, redes, ativistas intelectuais, artistas e mestres, entre outros. O programa tem como intenção aproximar territórios, correntes de pensamento e movimentos da sociedade civil. O espectro do evento prevê na agenda atividades como congressos, encontros, pesquisas, estudos, mapeamentos, processos de formação e qualificação de agentes culturais, construção de metodologias e publicações. O programa Cultura e Pensamento é realizado pelo MinC por meio da Secretaria de Políticas Culturais (SPC), em parceria com a Casa de Rui Barbosa, com apoio de universidades e outras instituições do poder público.
Um dos destaques do lançamento foi o debate sobre o tema A Crise de Valores na Sociedade Atual: Qual o Papel da Cultura. O ministro Juca Ferreira introduziu a discussão. Ele afirmou que o Brasil vive um momento complexo. "Tem havido grande crescimento de pensamento retrógrado. Precisamos reconstruir um projeto de política cultural democrática, contemporânea, com os que pensam e fazem cultura", assinalou. Juca criticou o crescimento atual de manifestações preconceituosas ligadas a xenofobia, machismo, homofobia, racismo e intolerância religiosa.
Segundo Juca Ferreira, o programa Cultura e Pensamento, que volta reestruturado, coloca o Ministério em sintonia com planos de reflexão mais abstratos que posicionem o órgão frente aos desafios do século XXI. Para ele, esta não é uma tarefa para se fazer sozinho, mas com a parceria da sociedade, alimentando processos que estimulem a inteligência. "A boçalidade se move sem nenhum pudor, de forma reacionária e regressiva", comentou o ministro, que afirmou que existe uma judicialização da política e tentativa de se inviabilizar a democracia, prejudicando um governo eleito.
O ministro Juca Ferreira citou pontos importantes de sua gestão, como propostas de mudanças em marcos regulatórios, como a Lei Rouanet, em busca de um mecanismo mais democrático de apoio a projetos, e da questão do direito autoral. Falou da importância de a cultura e a arte estarem presentes com mais força no sistema educacional. "As escolas têm que levar os alunos para os museus, bibliotecas, cinema e outros espaços. Não há educação de qualidade sem cultura. Com ela é possível construir processos mais complexos, para preparar novas gerações para convivência mais democrática e num mundo sustentável".
O secretário de Políticas Culturais do MinC, Guilherme Varella, destacou a importância do programa Cultura e Pensamento para promover debate que valorize a complexidade do pensamento brasileiro e que posicione o Ministério como indutor das discussões na área. "Que vários campos atuando juntos criem uma massa crítica. É papel do MinC não só executar políticas mas também fazer a construção dos valores da sociedade. Neste programa, existe espaço fértil para que isso aconteça. Mais do que produtos específicos, queremos que se gere um processo de reflexão constante, com objetivo de discutir grandes temas e fazer com que as questões abordadas sirvam à aplicação em ações concretas", afirmou.
Varella anunciou que haverá um conjunto de ações dentro do programa. O Cultura e Pensamento vai valorizar iniciativas da sociedade, com editais de apoio a eventos, seminários, processos colaborativos, projetos que sejam ligados a indicadores, informações e insumos. Haverá uma série de publicações que trarão artigos e contribuições sociais, além de temas induzidos pelo MinC. Também ocorrerá um ciclo de seminários em todo o Brasil para discutir temas e estimular processos de reflexão. Esses seminários também vão gerar publicações.
Carlos Vainer, coordenador do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, observou que o programa pode contribuir para garantir a preservação da cultura nacional. Albino Rubim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse que o Brasil enfrenta possibilidades grandes de retrocesso social, crises civilizatórias e dificuldades. "Temos muito a dizer e esse é um programa de chamamento", opinou.
Orlando Afonso, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), assinalou o papel extremamente importante na formação de pessoas, na agitação e no resgate da cultura popular. "Estamos colaborando com este esforço do Ministério. Um país rico é um país com mais cultura", declarou.
Pró-reitora de Extensão da UFRJ, Maria Malta disse que o programa do MinC prioriza a cultura e vai reforçar a ponte entre o meio acadêmico e a sociedade.
Após as falas, foi realizado o debate, mediado pela presidente da Casa de Rui Barbosa, Lia Calabre. Participaram Aderbal Freire, diretor teatral; Antonio Bispo, escritor quilombola; e Marcos Luchese, escritor e jornalista. "Esse programa se constrói a partir de um trabalho coletivo, nessa nova versão, que tem como grande desafio se tornar um lugar de encontro de saberes e troca de conhecimentos. A área da cultura é chamada para atuar na construção de uma sociedade mais justa", comentou Lia.
Aderbal Freire elogiou a importância do Ministério da Cultura no cenário do pensamento brasileiro, afirmando que é uma pasta que precisa se expandir. Bispo criticou uma postura colonialista voltada para uma influência europeia e que tende a ignorar os saberes tradicionais, como os dos quilombolas. Marco Luchese ressaltou o papel das universidades em se posicionar nas questões políticas e sociais, como o surgimento de uma nova onda conservadora. Para ele, essas instituições devem se manifestar na construção de um país democrático.
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