Geral | Da redação/com Ministério da Cultura | 17/03/2015 11h37

Estratégias para promover a cultura de língua portuguesa no mundo

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A criação de Pontos de Cultura no exterior, a adoção de estratégias internacionais que tenham como foco a promoção da cultura de Língua Portuguesa, a proposta de uma gestão conjunta dos 24 centros culturais do Brasil em outros países e a restauração do Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, foram algumas das pautas tratadas, nesta segunda-feira (16/3), em uma primeira reunião de trabalho entre os ministros da Cultura, Juca Ferreira, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

No encontro, Juca Ferreira destacou a importância da promoção internacional da cultura de língua portuguesa. Uma das estratégias, ressaltou o ministro, seria a realização, no Brasil, de um encontro sobre o idioma com participação de autoridades e criadores de todos os países que tem o Português como língua oficial. "Esse encontro seria importante, sobretudo, para consolidar o acordo ortográfico. Temos a intenção de que o Português seja uma das línguas de trabalho da Organização das Nações Unidas (ONU) e, para isso, é necessária uma base ortográfica comum", afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores financia, em 40 cidades com grande presença de emigrantes brasileiros, iniciativas da própria comunidade, geridas pelos Conselhos de Cidadãos. A intenção do Itamaraty é que sejam criados Pontos de Cultura nesses locais. Juca Ferreira afirmou que estudará a possibilidade. "É do nosso interesse manter vínculos culturais com as comunidades de brasileiros em outros países. Isso permite que as próximas gerações nascidas no exterior não percam a relação com o Brasil", destacou.

A elaboração de um plano de ação para as regiões de fronteira, customizando programas e projetos para a realidade e as necessidades locais, foi outro tema discutido no encontro. "Nossa ideia é tomar por base a experiência bem-sucedida do Comitê de Fronteira Brasil-Uruguai, que tem gerado muitos resultados", informou o ministro da Cultura.

Outra demanda apresentada pelo Ministério da Cultura é a intensificação da relação bilateral com os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), tendo em conta a centralidade da cultura para o desenvolvimento. "Hoje, o Mercosul é um pouco inerte do ponto de vista cultural. Essa relação precisa ser aprimorada. Uma primeira ação de estreitamento seria a realização de um encontro com grandes capitais do bloco que tivesse como foco a troca de experiências culturais", afirmou Juca Ferreira.

A retomada do diálogo cultural com países africanos também esteve na pauta. O chanceler Mauro Vieira informou que fará, em breve, sua primeira viagem oficial como chanceler à África e se prontificou a abordar a cultura como um dos temas a serem discutidos. Vieira, inclusive, convidou o ministro Juca Ferreira a acompanhá-lo em outras viagens ao continente.

Palácio do Itamaraty

Construído em 1851, o Palácio Itamaraty foi sede do governo republicano (1889-1898) e do Ministério das Relações Exteriores (1899-1970). Atualmente, é sede da representação do ministério no Rio de Janeiro.

"É um prédio de grande valor histórico, mas que precisa ser restaurado para que o público possa ter acesso a seu acervo, que inclui, entre outros, uma das maiores mapotecas do mundo", destacou o chanceler. O objetivo do MRE é criar no local um museu de história da diplomacia e um centro cultural. "Gostaríamos da parceria do Ministério da Cultura nessa empreitada."

Outra proposta apresentada foi a gestão conjunta dos 24 centros culturais do Ministério das Relações Exteriores no exterior. "São locais muito importantes para difusão da política cultural brasileira", destacou Mauro Vieira. O ministro Juca Ferreira se disse interessado em estudar a parceria. "Precisamos realmente expandir a presença da cultura brasileira em outros países. O audiovisual, por exemplo, necessita de uma política internacional de expansão", observou.

Incentivos

O chanceler solicitou que o projeto de lei do Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (ProCultura), mecanismo de financiamento cultural que substituirá a Lei Rouanet, possa servir de instrumento para apoio aos centros culturais brasileiros no exterior. Também foi ponderado que as atuais regras da Rouanet não garantem a reciprocidade ao Brasil na realização, por meio de recursos incentivados, de projetos culturais de interesse de outros países.

"Há vários países que fazem autopromoção no Brasil com recursos da Rouanet. Mas, quando é o Brasil que está no exterior, precisa utilizar recursos próprios. Isso precisa mudar", afirmou Vieira.

Além dos ministros, participaram da reunião, pelo MRE, o subsecretário-geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial, embaixador Hadil da Rocha Vianna; o diretor do Departamento Cultural, ministro George Firmeza; e o chefe da Divisão de Operações e Difusão Cultural, conselheiro André Maciel. Pelo MinC, também esteve presente o coordenador-geral de Integração e Assuntos Multilaterais da Diretoria de Relações Internacionais, Eduardo Pareja Coelho.

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