Geral | Gisele Colombo - FCMS | 16/05/2022 14h06

Espaço Criativo do 16º FASP traz comercialização de produtos de MS

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O 16º Festival América do Sul Pantanal vai ter um pavilhão destinado à exposição e comercialização de produtos originários de Mato Grosso do Sul. É o Espaço Criativo, local que abrigará setores da moda, literatura e gastronomia sul-mato-grossense e estará funcionando durante o evento na Praça Generoso Ponce, das 15h às 23h.

O Espaço Criativo também promoverá a oficina de moda “Acessórios em Couro” com Emília Leal. Outras oficinas acontecerão no Instituto de Mulheres Negras do Pantanal – IMNEGRA. São elas: “Da inspiração ao croqui – Upcycling em Jeans” com Anderson Bosh e Luiz Gugliatto, “Modelagem” com Nair Gavilan Carvalho e Andréia Lidiane Lopes, “UPCYCLING” com Fabio Mauricío e Patrícia Boli e “Customização” com Fabio Touché e Eduardo Alves. Serão inscritos até 10 alunos por turma.

Conheça a seguir informações sobre os ministrantes das oficinas:

A expressão da artista visual em Design de Moda Emília Leal não limitou sua criatividade aos suportes tradicionais para expressar seus grafismos inspirados na arte índigena, mas com liberdade de cores e formas. Chegou à moda pelo desenvolvimento de acessórios em cerâmica, e depois em couro, com maxi colares, braceletes, brincos vindo em seguida a criar o modelo de biquíni e maiô Iporã em couro, crochê e lycra. Ativista, além de parceiras produtivas, artista segue em contínuo apoio à luta dos povos originários em coletivo, redes e ações de MS e regionais.

Anderson Bosh é um experiente artista que completa esse ano 31 anos de carreira. Formado em artes visuais pela UFMS com complementação em direção teatral na UFRJ e CAL e pós-graduação em Cinema pela Cambury, o artista transita entre as linguagens da Literatura, da Moda, do Circo, da Dança, das Artes Visuais, do Teatro, do Cinema e da Performance. Atua ainda como DJ Dragqueen na cena noturna. Dono de um extenso currículo, o artista, homem intersexo, ativista e militante das questões de arte e gênero mantém desde 2018 a Casa de Criações Anderson Bosh em Campo Grande. Espaço destinado à análise, experimentações, desenvolvimento técnico e criações de moda, artes visuais, figurinos, cenários, adereços, literatura, maquiagem e perucaria, além de ser espaço de investigação, ensaios e aprimoramentos do seu coletivo de artes cênicas, o Grupo UBU. A Casa de Criações Anderson Bosh atende artistas e coletivos de MS, GO e SP. É importante ressaltar que sua prática artística, carreira e trajetória, são manifestação absoluta da condição biológica de intersexualidade e transexualidade que ele vive. Nascido em corpo biológico masculino e corpo hormonal e mitocondrial feminino, ele vive sua infância a situação de embate, dualidade, e preconceito social e de gênero. Esta busca constante por sua própria identidade e manifestação de gênero propiciou tudo que ele construiu enquanto artista até hoje, seja na moda, na literatura, no teatro, na dança, no circo ou nas artes visuais. Essa ânsia por falar sobre sua condição, se auto perceber e entender, o levou para o caminho das artes, da expressão, da cultura e nela encontrou janelas e portas abertas para experimentar, propor, falar, dialogar, debater, e existir enquanto sujeito e artista. Sua criação na moda é uma verdadeira simbiose entre estilismo e figurino, moda e espetáculo, arte e gênero. Suas coleções percorrem o caminho do entre, do meio, do através: nem estilo nem figurino, uma comunhão catártica e superlativa de ambas as linguagens, impulsionadas pela discussão sobre arte e gênero. A Coleção "Baixo Augusta" propõe uma leitura contemporânea e streetwear da vestimenta inspirada na manifestação e performance social e de gênero que o criador viveu durante sua temporada como DJ nas casas noturnas e da própria Rua Augusta em São Paulo.

A Why Not by Gugliatto, criada e desenvolvida por Luis Carlos Gugliatto, estilista e produtor de moda há mais de 30 anos no mercado sul-matogrossense, é uma marca que utiliza um método sustentável a fim de reduzir o desperdício de materiais já existentes. O reuso do jeans e outros materiais são fundamentais para transformar o produto usado em uma peça nova, assim criando um conceito único com relevância para a marca.

O Ateliê Nair Gavilan foi inaugurado em maio de 2015, em Campo Grande, com a proposta de ser um espaço acolhedor e intimista que aproxima consumidoras de peças sustentáveis com a produção artesanal de roupas femininas. Desde que foi aberto, o ateliê já produziu três importantes coleções e todas elas foram elaboradas no formato slow fashion, ou seja, peças únicas, exclusivas e de poucas quantidades, de forma sustentável e tendo como prioridade máxima o menor impacto possível ao meio ambiente. Nair Gavilan é pesquisadora de moda sustentável, formada em Design de Moda, atua no mercado de moda há dez anos e começou a criar e costurar suas roupas desde criança. É mãe de duas meninas, trabalha com corte e costura há 13 anos e faz moda feminina o ano todo.

As peças da marca LidyLo misturam referências de época com a moda atual e têm como inspiração o corte retrô ou vintage dos moldes dos anos 50 e 60 alinhada com uma estética urbana, visual e contemporânea, uma roupa que reflete a mulher bem-antenada que preza por elegância através de cortes e modelagens clássicas, com tecidos de qualidade, bem alinhadas e com acabamento impecável. Vestir mulheres a ambição de Lidiane Lopes Lima.

FM é a marca do designer Fabio Mauricio desde 2004. São roupas exclusivas, únicas que seguem o conceito upcycling maioritariamente feminina com inspiração de décadas passadas como anos 70 e 80 e na cultura popular brasileira. As roupas são feitas com tecidos vintages garimpados em brechós de diferentes lugares do Brasil e do mundo. Cada roupa é desenhada e confeccionada pelo próprio designer que também tem como identidade da marca os bordados rebuscados feitos com mix de materiais: lantejoulas, miçangas, pérolas, sementes, rendas, entre outros materiais. Fabio Mauricio participou desde 2004 de diferentes feiras, eventos, desfiles e editais de moda e cultura em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Rondônia.

A marca autoral Boli Boli, desenvolvida pela designer de moda Patrícia Boli, propõe sustentabilidade em peças customizadas, originais e criativas através de uma linguagem contemporânea e divertida com cores, tingimentos e elementos da pintura onde os códigos visuais conceituais se fundem com a simplicidade das possibilidades criativas na reutilização através da moda e do objeto de design e arte.

A Touché é uma marca de camisetas vinculada às novas formas de produção e difusão da Economia Criativa brasileira, que aposta no talento de jovens designers para a criação de suas estampas e fortalece as economias locais, com um produto genuinamente nacional, mas que se comunica com o mundo porque valoriza a vanguarda e a urbanidade. Com temas ligados às artes, à música, à cultura brasileira e suas matizes, a Touché, assinada por Fábio Touché, acredita que o design seja um meio eficiente de colocar mais arte no dia-a-dia das pessoas.

A Bocaiuva Moda Inclusiva, de Eduardo Alves, produz coleções com peças adaptadas, que podem ser usadas por pessoas com ou sem deficiência. Para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável, além da inclusão a Bocaiuva trabalha com responsabilidade social contratando pessoas da dessa comunidade, prevendo respeito e valorização aos costureiros envolvidos na produção de suas peças. Tem como objetivo tornar sua produção cada vez mais limpa, trabalhando com tecidos certificação socioambiental, com modelagens zero waste diminuindo os resíduos têxteis e para encerrar o ciclo produz acessórios com os retalhos provenientes da produção. Ou seja, quando o cliente adquire uma peça ele está valorizando a origem da sua roupa e colaborando para construir uma sociedade mais próspera e inclusiva.

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